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Secretária de Educação é alvo de injúria racial em Itabira

Delegacia Regional da Polícia Civil de Itabira

Delegacia Regional da Polícia Civil de Itabira. Foto: Guilherme Guerra/DeFato

A secretária municipal de Educação, Edna de Carvalho Silva, procurou a Polícia Civil de Itabira nesta quinta-feira (13) para registrar um boletim de ocorrência por injúria racial. De acordo com a Prefeitura de Itabira, desde a semana passada, a secretária tem recebido mensagens ofensivas no celular. 

Entre áudios e textos, uma das mensagens, de cunho racista, dizia: “Tem gente que lamenta a Lei Áurea até hoje. As sinhás”. A sequência de ofensas foi disparada após protestos contra a secretária de Educação devido a uma nova orientação para que professores das séries finais cumpram parte de suas horas extraclasse dentro das escolas. O texto foi enviado por uma profissional da Rede Municipal de Ensino, e aparece como encaminhado.

Diante dos fatos, Edna Carvalho foi até a 3ª Delegacia Regional, na companhia do procurador jurídico do município, Luiz Edson, e registrou um boletim de ocorrência pelo crime. “Criticar o trabalho pedagógico, criticar o trabalho da secretaria é aceitável, mas ofensas de cunho racial, isso não é inaceitável”, disse a secretária em um vídeo publicado pela Prefeitura de Itabira

A Prefeitura de Itabira repudiou o caso, afirmando: “É ainda mais lamentável que uma ação como essa tenha partido de um profissional do qual se espera que a atuação seja justamente a inversa. O que se espera de qualquer educador é que ele seja uma voz contra todo tipo de discriminação, o que, temos certeza, é o pensamento da absoluta maioria dos nossos professores da rede”.

Mensagem enviada à secretária de Educação. Foto: Reprodução

O município comunicou que dará todo apoio e estrutura necessários à secretária e às autoridades policiais, além de abrir um processo interno de investigação. “A Prefeitura tratará a situação com toda a seriedade e atenção que casos como esse devem ter. Itabira tem orgulho de sua ancestralidade, é uma das cidades de Minas Gerais como maior percentual de pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas e o nosso trabalho é para a valorização de todo esse legado. Também por isso, esses crimes precisam ser punidos com todo o rigor necessário. Tem de ser exemplar”, finalizou a nota.

“Em um campo democrático, é natural que haja divergências, protestos e discordâncias a projetos ou decisões, mas jamais haverá espaço para ofensas racistas, misóginas ou sexistas. Esses comportamentos nós queremos longe de nossas escolas e longe de nossa cidade”, finaliza o comunicado publicado pela Prefeitura de Itabira. 

 

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