A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021, aprovada pela Câmara de Vereadores e sancionada no ano passado (Lei 5.261/20), fixou em R$ 1,5 milhão a despesa do segmento de esportes e lazer em Itabira. O setor abocanha uma das menores fatias do orçamento municipal, previsto em R$ 634 milhões para este ano. Aliás, o esporte fica bem atrás de diversos segmentos com finalidade social semelhante, como é o caso da cultura e sua despesa fixada em mais de R$ 5 milhões.
Sobretudo no segmento esportivo, é a hora do governo de Marco Antônio Lage (PSB) mostrar a que veio. Para sair da crise e cortar despesas em 2017, a Prefeitura de Itabira cortou na própria carne e no alvo estava a Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude (SMELJ). A pasta foi incorporada naquele ano à Secretaria Municipal de Educação (SME).
Agora, a Secretaria está de volta ao jogo e tem como dirigente Natália Lacerda Faria, mestra em Educação, consultora e especialista em gestão. De Divinópolis, ela tem passagens pela Fifa e Cruzeiro Esporte Clube. Questionada sobre a meta de seu trabalho em Itabira, Natália é pontual. Quer “colocar o esporte no centro do turismo esportivo e do desenvolvimento econômico”.
Ela conta que o primeiro desafio é vencer o baixo orçamento. E um caminho avistado está no Plano Plurianual, o PPA. Com vigência de quatro anos, é o PPA quem estabelece as diretrizes, objetivos e metas de médio prazo da administração pública. O PPA vigente, de 2017 a 2021 (Lei 5.003/17), definiu ações com valores que somaram R$ 5,5 milhões para a SMELJ no quadriênio.
O próximo PPA deve ser apresentado à Câmara até o segundo semestre deste ano. Com essa premissa, a primeira fase de Natália na SMELJ, indica, é um diagnóstico do segmento, diálogo com atletas, clubes e agremiações. “Terminado o diagnóstico, iniciamos o planejamento”, afirma Natália Lacerda, que já justifica: “Mas, não me tira a obrigação de dar respostas em curto prazo à comunidade”.
“Preciso que as pessoas entendam que essa Secretaria ficou adormecida, e, agora quando ela retorna, não será em um mês ou seis meses que ela vai resgatar tudo. É um processo de reorganização, de buscar recursos, de buscar parceiros. O momento é de retomada”, diz.
A novata pensa em uma costura que dê apoio ao futebol amador, escolinhas de base, ocupação de espaços pela comunidade, circuitos de caminhadas, corridas e capacitações, sem falar em outras tantas modalidades esportivas, a exemplo da Ginástica de Trampolim, que trouxe diversos prêmios à cidade. “Além de todo o trabalho de ter que planejar as ações que vão ser realizadas ainda neste ano com o PPA que foi deixado, nós temos que olhar para o futuro”.