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Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e ecumenismo

Semana de Oração

Foto: Facebook Santuário São Geraldo Majela

Estamos na  Semana de Pentecostes e de Oração pela Unidade dos Cristãos. Sem dúvida, este é um momento especial de preparar para a Festa de Pentecostes.

O Tema da  Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, deste ano,  foi escolhido por um grupo local dos Estados Unidos da América, que também preparou o subsídio, convocado pelo Conselho de Igrejas de Minnesota. O tema é uma invocação retirada do Livro do Profeta Isaías (1,17): “Aprendei a fazer o bem, procurai a justiça”. Com este tema a Semana de Oração convida a refletir o pecado do “racismo”, que gera a indiferença e a intolerância.

A oração pela unidade é a porta régia para o ecumenismo: leva os cristãos a olharem para o Reino de Deus e para a unidade da Igreja de maneira nova; aprofunda seus laços de comunhão e permite que encarem, corajosamente, memórias dolorosas, fardos de fraqueza humanas e sociais”. (Cardeal Walter Kasper)

Quero fazer alguns esclarecimentos sobre o Ecumenismo, para que possamos entender melhor:

Ecumenismo não é: juntar todas as Igrejas numa só, como quem faz sopa no liquidificador; deixar de crer no que ensina a sua Igreja para viver em paz com todo o mundo; fazer de contar que é tudo a mesma coisa, que não há diferenças nem problemas; um jeito simpático de seduzir o outro para a nossa Igreja; aceitar sem espírito crítico o que vem de outros grupos já que todos somos da mesma família cristã; exigir que o outro se acomode às nossas doutrinas e tradições; manter boas relações quando estamos com membros de outras Igrejas só por boa educação, sem sinceridade na valorização do outro.

Ecumenismo é: conversão de coração para reconhecer o que há de bom nas outras Igrejas cristãs; ficar alegre com o muito que temos em comum, em vez de ficar buscando motivo para briga; procurar conhecer as outras Igrejas, sem preconceito sem ingenuidade também; colaborar com os irmãos de outras Igrejas em tudo o que ajuda o progresso do projeto do Reino; orar pela unidade, com seriedade e ternura; tratar as outras Igrejas como gostamos que a nossa seja tratada; buscar a verdade juntos, lealmente, no desejo sincero de sermos, todos, cada vez mais fiéis a Jesus.

          O ecumenismo é parte integrante da ação evangelizadora. De acordo com o Decreto Unitatis redintegratio, todos os batizados são responsáveis pela reconstrução da unidade. “Todos na Igreja devem se interessar pelo trabalho da unidade, tanto leigos como pastores. Esse trabalho atinge cada um em particular, conforme sua capacidade, seja na vida cristã diária, seja nas pesquisas da teologia e da história” UR § 5.

A paz acontecerá “em todo universo habitado” quando o ecumenismo for parte integrante de toda humanidade sem exclusão de raça, etnia, sexo e religião. Não haverá paz sem Ecumenismo.

Pontos básicos do Ecumenismo: 1º – Oração é a alma do ecumenismo, não pode existir ecumenismo sem oração. É ela que dá vida e dinamiza o diálogo, isto porque o ecumenismo é uma ação do Espírito Santo. Nossa oração pelo ecumenismo pode ser pessoal, comunitária e também em grupos de cristãos de diferentes denominações; 2º – Estudo é a dinâmica do ecumenismo. Sem conhecimento não pode existir um ecumenismo fundamentado na verdade e na caridade. O estudo é uma forma de se conhecer a Igreja, história e doutrina do outro e dar oportunidade aos outros de conhecerem a nossa Igreja; 3º – Ação social é o testemunho vivo do trabalho ecumênico, expressão de solidariedade. Além disto, hoje mais do que nunca, são necessárias parcerias nos trabalhos sociais, visando o desenvolvimento integral e a libertação de nossa sociedade. É preciso que haja colaboração entre irmãos e irmãs de diferentes denominações cristãs nas atividades de promoção humana e de socorro aos necessitados.

Assim nos ensina o Apóstolo Paulo: “irmãos e irmãs vivei na alegria, trabalhai para o vosso aperfeiçoamento, encorajai-vos, tende muita concórdia, vivei em paz, e o Deus de amor e de paz estará convosco” (2Cor 13, 11).

Padre Hideraldo Verissimo Vieira é pároco na Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida – João XXIII – Itabira e licenciado em Filosofia – UFJF, com especialização em Ensino Religioso – PUC Minas.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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