O seminário Elas Empreendem reuniu, na última quinta-feira (7), cerca de 450 empresárias e representantes de instituições apoiadoras do empreendedorismo feminino, em João Monlevade. Mulheres de outros municípios das regiões do Médio –Piracicaba, Rio Doce e Vale do Aço compareceram ao evento. A iniciativa, com oito horas de duração, discutiu assuntos referentes ao tema.
O “Elas Empreendem” foi uma promoção do Sebrae Minas, em parceria com a Associação Comercial de João Monlevade (Acimon). O programa integra as ações do “Sebrae Delas”, que oferece suporte às mulheres que desejam empreender ou precisam melhorar a gestão do seu negócio.
“Destacamos nesse evento a liderança feminina, que busca estabelecer conexões, que se importa com a sustentabilidade e se fortalece com a colaboração. Abrimos espaço para novas conexões e para que tenhamos conversas corajosas, que possam reverberar ao longo da jornada empreendedora”, explicou a analista do Sebrae Minas Fernanda Silva.
O congresso contou com a presença da jornalista Giuliana Morrone, especialista em ESG (Ambiental, Social e Governança), com mais de três décadas de experiência na TV Globo. A apresentadora destacou a resiliência das mulheres, características importantes para negócios mais prósperos e resistentes a fatores externos. “Movimentos como esse são incríveis, pois promovem reflexão e incentivam a geração de novas ideias. Quando nos isolamos, perdemos a oportunidade de pensar coletivamente”, constatou.
“Inovação à Diversidade e Inclusão” foi o tema da palestra de Helena Bertho, considerada uma das 100 pessoas negras mais influentes do mundo. Ela é diretora global de Diversidade e Inclusão do Nubank. A executiva emocionou o público. A sua exposição incluiu abordagens como futuro, liderança e comunicação, traçando um paralelo com sua trajetória pessoal e profissional.
A experiência em campanhas globais aliou-se a grandes resultados, criatividade e impacto social. “É interessante ouvir quem teve sucesso apontar caminhos. Penso que a jornada não precisa ser tão árdua, pois podemos colocar nosso conhecimento à disposição. Trazer as mulheres para o centro dessas reflexões é essencial, já que elas nem sempre têm acesso às ferramentas para apoiar o desenvolvimento dos negócios”, avaliou.
Lideranças femininas em destaque
Durante o workshop, algumas participantes apresentaram sua empresa, produto e serviço para gerar conexões, parcerias e investimentos. A empresária Sarah Elizabeth falou sobre o seu desempenho à frente da marca de roupas fitness Jax, de Ipatinga. “Desde o início, conto com o suporte do Sebrae Delas. Quando entrei para o Delas, foi a primeira vez que me senti realmente acolhida. Aprendi que, muitas vezes, a inovação acontece quando paramos de tentar nos adequar e focamos nas nossas diferenças”, diz.
A empreendedora Ivanir Oliveira, sócia da Quitandas São Judas Tadeu, da comunidade do Cotas, de Peçanha, na Região do Rio Doce, participou da conferência por meio da missão promovida pelo Sebrae Delas. “Foi uma oportunidade única que o Sebrae nos proporcionou. A empresa tem 13 funcionárias, logo, é importante acessar discussões que envolvem o nosso universo, e colaboram para o crescimento dos nossos negócios, pensando também no bem-estar de empreendedoras e colaboradoras”, destacou.
Autocuidado e inteligência emocional
A programação do seminário também tratou do “Painel Delas – Elas Conectam: Inovação, Liderança e Autocuidado”. Essa agenda foi mediada pela gerente de treinamento do Sebrae Minas, Andreza Capelo, com as participações da advogada, administradora e especialista em gestão da inovação social Anne Wilians; da executiva de RH Sílvia Gomes; e da médica ginecologista e especialista na área de sexualidade Valéria Jacintho.
Apresentadora do programa “Sac das Emoções”, da GNT, focado em saúde mental, Elisama Santos encerrou o forúm com uma reflexão sobre autocuidado, transformações ao longo da vida e a relação entre o amadurecimento emocional e o sucesso no âmbito pessoal e profissional. “O mundo do trabalho, na perspectiva das mulheres, contempla diversas fases, como o período no qual elas precisam voltar para o mercado e/ou conciliar a rotina profissional com a maternidade. Há muitas questões e desafios, e as empresas devem urgentemente pensar melhor sobre elas”, afirma.