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Sergio Moro se filia ao Podemos e anuncia pré-candidatura a presidente

Com a tentativa do PL de cassar o seu mandato, Sergio Moro acusa Paulo Martins de buscar vaga no "tapetão"

Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

O ex-juiz Sergio Moro se colocou à disposição do povo brasileiro para, nas palavras dele, “assumir a liderança” de construir um país justo para todos — se colocando, assim, como possível candidato nas eleições presidenciais em 2022. Em discurso de filiação ao Podemos, nesta quarta-feira (10), Moro apostou na abrangência de sua ação contra a corrupção para além da Operação da Lava Jato e afirmou que não fugirá à luta de fazer um governo para o povo, embora pontue que a tarefa será difícil.

“Queremos construir juntos esse projeto, ouvindo as ideias de todos. Não é só um projeto para reconstruir o combate à corrupção. Isso faz parte dele, mas ele vai muito além. É um projeto para construir o País”, declarou Moro, no evento de filiação, que ocorreu em Brasília. Segundo ele, se for necessário assumir a liderança nesse projeto, “meu nome sempre estará à disposição do povo brasileiro”.

Moro se lança como um candidato de terceira via para as eleições presidenciais, que aglutina nomes para ser uma alternativa às candidaturas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com a filiação de Moro ao Podemos, a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira indica que o ex-juiz da Lava Jato desponta como a potencial terceira via na polarização entre Lula e Jair Bolsonaro e numericamente à frente de Ciro Gomes (PDT).

O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro destaca que há outros nomes “que têm se apresentado para que o país possa escapar dos extremos da mentira, da corrupção e do retrocesso”. Mas, em sua avaliação, “todos nós sabemos que teremos em um momento que nos unir para uma tarefa maior do que cada uma das pessoas envolvidas”.

No discurso, o ex-juiz retoma sua trajetória na Operação Lava Jato e se desenha como um profissional firme e que fez “justiça na forma de Lei”. Segundo Moro, após sua atuação na investigação, ele acreditava que o sistema político iria se corrigir e que o interesse da população seria colocado em primeiro lugar. “Isso não aconteceu, infelizmente. E embora tenha muita gente boa na política, nós não vemos grandes avanços”. Moro, que estava residindo nos Estados Unidos, disse que esse foi o motivo que o fez retornar ao Brasil.

Sua entrada na política, contudo, foi marcada pela contradição de falas antigas ditas por ele de que não iria abraçar carreira política. Para justificar sua decisão, o ex-juiz disse que “não podia ficar quieto, sem falar o que penso, sem pelo menos tentar mais uma vez, com você, ajudar o país”. “Então resolvi fazer do jeito que me restava: entrando para a política, corrigindo isso de dentro para fora”, destaca.

Colocando-se como pré-candidato às eleições, Moro adotou discurso nacionalista e afirmou que o País pode confiar “que este filho teu não fugirá à luta”, em referência ao Hino Nacional brasileiro. Ele ainda cita que jamais deixará seu interesse pessoal, de familiares ou partido, acima do interesse do povo brasileiro, além de fazer a promessa de que não renunciará aos seus princípios e compromissos. “O Brasil não precisa de líderes que tenham voz bonita. O Brasil precisa de líderes que ouçam e atendam a voz do povo brasileiro”, declara.

“Vocês sabem que podem confiar que eu sempre vou fazer a coisa certa. Ninguém irá roubar o futuro do povo brasileiro. Estou, portanto, recomeçando hoje, à disposição de vocês, por um Brasil justo para todos”, finaliza o discurso.

* Com Estadão Conteúdo.

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