A instalação do Complexo Minerário Serra do Taquaril na Serra do Curral foi tema de audiência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quinta-feira (5). Representantes do Governo do Estado e o setor empresarial, que defendem a mineração na Serra, e os que são contrários à exploração, debateram o tema na reunião.
O tema foi debatido em audiência pública conjunta das Comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Minas e Energia e a reunião durou cerca de 9 horas.
Os dois lados divergiram sobre os impactos do empreendimento na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e houve discussão até sobre o tempo destinado a cada lado para expor os argumentos. Representantes da sociedade civil questionaram que o tempo concedido às falas favoráveis à mineração na Serra do Curral foi maior, o que levou a deputada Beatriz Cerqueira e o deputado Cristiano Silveira, ambos do PT, a solicitarem que os pronunciamentos fossem intercalados entre pessoas favoráveis e contrárias ao empreendimento.
A deputada Beatriz Cerqueira chegou a indagar porquê o microfone que ela usava foi cortado em determinado momento do argumento. O presidente da Comissão de Meio Ambiente, deputado Noraldino Júnior (PSC), respondeu e garantiu que todos teriam a chance de se manifestar.
Quem também se posicionou contrariamente ao empreendimento foi a vereadora de Belo Horizonte Duda Salabert, uma das líderes no movimento que pede pelo tombamento estadual da Serra do Curral.
Ela chamou a proposta de “o maior ataque à Serra do Curral em sua história” e também salientou sobre os riscos para a saúde da população. “Acabamos de sair de uma pandemia que é resultado da relação irresponsável do ser humano com o meio ambiente”, disse.
Defesa da mineração
A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Carvalho de Melo, defendeu a legalidade da aprovação do empreendimento. Segundo ela, todas as etapas do processo foram devidamente cumpridas, com a análise técnica da proposta e a realização de audiências públicas para ouvir a sociedade.
Leandro Amorim, representante da Taquaril Mineração S.A. (Tamisa), responsável pelo empreendimento, e Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), entidade que tem representação no Copam, também se manifestaram a favor da mineração. “A vocação mineradora do Estado não é maldição, é benção”, disse Roscoe, presidente da Fiemg.