Servidores do Poder Judiciário de Minas Gerais realizaram uma paralisação em todo o estado ontem (7), incluindo o interior, com o objetivo de pressionar por uma reestruturação da carreira da categoria. O ato principal ocorreu em frente à sede do Tribunal Regional Federal (TRF-6), em Belo Horizonte das 11h às 14h.
O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário de Minas Gerais (Sitraemg), David Landau, e o coordenador Alexandre Brandi enfatizaram a importância da união da categoria para avançar na proposta de carreira aprovada nacionalmente. Eles alertaram que a falta de mobilização pode resultar na não tramitação da proposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao Congresso Nacional.
“Depende de cada um, aqui, para a gente construir o nosso Plano de Carreira”, disse o coordenador do Sitraemg David Landau. “Se não avolumarmos esses atos, provavelmente os gestores (do STF) não vão encaminhar a nossa proposta (ao Congresso Nacional)”, advertiu o coordenador Alexandre Brandi.
Proposta aprovada
A proposta de carreira teve a aprovação da categoria e foi protocolada pela Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) em dezembro. Ela está em discussão no Fórum Permanente de Carreira dos Servidores do Poder Judiciário da União (PJU), do Conselho Nacional de Justiça.
A proposta foi debatida em comparação com alternativas que foram apresentadas ao Fórum, incluindo um reajuste linear e uma proposta sugerida pela Federação. Servidores presentes criticaram as propostas alternativas, argumentando que a ideia aprovada reestrutura efetivamente a carreira e corrige desigualdades salariais.
“Reajuste linear é o fim da picada, pois vai aumentar a diferença salarial, em prejuízo para os técnicos judiciários”, disse a filiada Nélia Rodrigues. No entanto, a coordenadora Alessandra Matias destacou a necessidade de manter o foco na proposta aprovada e fortalecer a união dos servidores.
Mobilizações múltiplas
Além dos atos em Belo Horizonte, houve mobilizações no interior do estado, com concentrações em cidades como Lavras e Novo Cruzeiro. Em Novo Cruzeiro, o cartório eleitoral foi fechado durante a paralisação.
Em Brasília, uma caravana de mais de 60 servidores de Minas participa de ações de panfletagem e atos em frente ao CNJ e ao STF, programados para os dias 7 e 8 de agosto. A mobilização visa pressionar os órgãos para o encaminhamento urgente da proposta de reestruturação da carreira.