A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) esteve em Itabira na manhã desta quarta-feira, 10 de abril, para alinhar o planejamento de estruturação do Plano de Ação de Emergência para Barragens, que prevê a simulação da evacuação de parte dos moradores do município. Berço da Vale, Itabira tem 15 barragens da mineradora, sendo a do Pontal a primeira a ser implantada, em 1972. Desde então, nenhum simulado de emergência foi realizado no município.
“A legislação é muito clara quando ela fala que a comunidade que mora próximo a qualquer empreendimento de barragem no Brasil deve ser treinada. Isso nunca foi feito. Era para ter sido feito há tempos. Estamos retomando isso e treinando todas as cidades, mesmo que a barragem não tenha problema nenhum, para que as pessoas saibam qual a rota de segurança, onde é o ponto de encontro, onde é uma área segura para que ela possa saber reconhecer sua cidade”, ressaltou o coordenador adjunto de Defesa Civil, tenente-coronel Flávio Godinho Pereira, que ressalta que nenhuma barragem em Itabira está em um nível que requer uma evacuação de pessoas.
O tenente-coronel esteve reunido com representantes da Vale, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil, Cemig, Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Defesa Civil municipal e secretários municipais. Godinho informou que veio a Itabira para organizar, de forma preventiva, todo um plano de contingência e um estudo de situação do município. A intenção é que cada morador do município possa saber se sua casa está na área de risco, caso a barragem aumente o nível de alerta de risco de rompimento. “Estamos escrevendo uma história muito diferente da de outros municípios. Em Itabira, nós estamos tendo tempo de fazer um trabalho de prevenção. Um trabalho muito bem feito, construído a várias mãos”, frisou Flávio Godinho.
Responsabilidades
Nesta primeira etapa, a Defesa Civil Estadual repassou um plano de ação para cada secretaria do município. O 4º Pelotão do Corpo de Bombeiros em Itabira tem a missão de coordenar os trabalhos que vão acontecer nas escolas e creches nas áreas de inundação. O trabalho será realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e tem início na área que pode vir ser afetada em caso de rompimento da barragem do Pontal.
À Secretaria de Assistência Social cabe fazer o levantamento das pessoas que possuem mobilidade reduzida. No mês que vem, Godinho retorna a Itabira para finalizar o plano de emergência e entregá-lo ao município. A data do simulado será estabelecida em comum acordo com a Prefeitura, que é quem demandou a vinda da Defesa Civil a Itabira.
“Iremos, junto com o município, estabelecer o dia do simulado. Nós vamos fazer o levantamento da área [da barragem] do Pontal e de toda a cidade de Itabira para que a população em geral possa ser informada, independente de qual barragem elas poderiam ter acesso. O plano compreende todas as barragens. Esse plano vai ser referência em Minas Gerais. Eu tenho muita certeza disso porque aqui estamos fazendo de forma preventiva. Não estamos vindo aqui porque a barragem tem elevação de nível, tem algum risco. Não é nada disso. Estamos antecipando”, frisou o tenente-coronel.