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Skate como transformação social: conheça a oficina do “Fica Vivo!”

Skate como transformação social: conheça a oficina do "Fica Vivo!"

Foto: Tiago Cicccarini/Sejusp

Assim como uma manobra de skate exige precisão, coragem e equilíbrio, a juventude também enfrenta desafios e transições. Cada ação bem executada nesse esporte ajuda no fortalecimento da confiança — e isso pode trazer reflexos para a vida. No programa de redução de homicídios “Fica Vivo!”, da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), as oficinas de skate se tornaram aliadas da juventude e ajudam a transformar desafios em oportunidades de crescimento e inclusão.

Desde 2020, o skate figura no programa olímpico e, há três anos, o “Fica Vivo!” oferece oficinas da modalidade em três unidades no Estado: em Santa Luzia, no Morro Alto; em Belo Horizonte, no Serra; e em Nova Contagem, na Região Metropolitana da capital. A adesão ao esporte está alta e a expectativa é de que esse número se multiplique.

Acolhimento

Na Unidade de Prevenção à Criminalidade de Nova Contagem, o skate não é apenas uma atividade esportiva, é oportunidade de acolher e integrar jovens de diferentes perfis e vivências periféricas.

Gabriel Araújo, de 21 anos, é um exemplo inspirador de como o esporte pode mudar vidas. Ex-atleta do futsal no Fica Vivo! e agora oficineiro de skate, Gabriel encontrou na atividade uma nova maneira de viver e uma forma de retribuir à comunidade.

“Eu conheci o skate com 17 anos. Sempre digo que Deus o enviou para salvar a minha vida. Eu tinha tudo para me tornar um jovem perdido. Há cinco anos, comecei a andar de skate e, para mim, é um privilégio ensinar o que aprendi”, compartilha.

Para Gabriel, o skate é uma forma de superar desafios e de criar um senso de pertencimento e superação. “O skate é um esporte individual, mas totalmente coletivo. É uma modalidade que traz a ideia de cair e levantar, de fazer você mesmo, de formar caráter. Pode até ser um esporte mais caro, mas nós conseguimos superar as dificuldades. Skate salva!”, afirma.

Ferramenta de inclusão

Supervisora da unidade de Nova Contagem, Marília Saraiva destaca a importância do skate como uma ferramenta de inclusão. “Ele amplia as possibilidades de atendimento aos jovens, permitindo que eles acessem experiências que, de outra forma, estariam fora de alcance. É um espaço onde fomentamos a participação social e rompemos com a padronização das ofertas para a juventude”, explica.

Entre os 15 jovens regularmente inscritos na oficina de skate de Nova Contagem está Danielly Cristina, de 14 anos. Para ela, a atividade é uma forma de lazer e relaxamento, mas também um meio de se conectar com o seu ambiente e com sua própria personalidade. “Não me sinto parecida com outras meninas da minha idade pelas minhas preferências e estilo. Muitas vezes sou vista como estranha, mas aqui na oficina me sinto especial”, conta.

O skate, uma modalidade que antes era marginalizada, agora se destaca como uma força positiva, que molda vidas e cria oportunidades. O Fica Vivo!, ao incorporar o esporte ao seu programa, não só proporciona uma alternativa saudável e envolvente para os jovens, mas também contribui para o fortalecimento de laços comunitários e para o desenvolvimento pessoal.

* Com Agência Minas.

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