O ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul entre os diais 15 e 16 de junho devastou cerca de 40 cidades e deixou o trágico saldo de 16 mortos, até agora. Com base em informações do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), as intensas chuvas aliadas ao vento forte foram os mais danosos ocorridos nos últimos 40 anos, segundo relatos do governo gaúcho, na última terça-feira (20).
Para Henrique Gomes Acosta, diretor do Departamento de Planejamento Governamental (Deplan), “se considerarmos os demais episódios de inundações, enxurradas e vendavais do período estudado, houve mais eventos nos últimos anos, mas este foi o que concentrou mais danos”.
O Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, que pertence ao ministério, tem reunido dados sobre mortos e feridos desde as primeiras ocorrências após a sequência de eventos extremos entre 2017 e 2021, quando foram registradas 14 mortes no Estado: cinco após vendavais, quatro após enxurradas, duas após chuvas intensas, duas por tornados e uma por inundação.
Em Imbé, cidade do litoral norte gaúcho, em 2016, houve o registro de um ciclone extratropical, porém, sem causar mortes ou danos ambientais.
Em 2020, um ciclone bomba provocou uma morte no Estado. Em 2004, o furacão Catarina fez grandes estragos no litoral norte, mas as mortes, 11, foram todas no estado vizinho de Santa Catarina.
Há também registro de uma micro explosão, resultado de uma tempestade que causou destruição na capital, Porto Alegre, em janeiro de 2016. Na oportunidade não houve mortes.
Para períodos anteriores a ao menos duas décadas, o governo do estado se embasou em estudos universitários e levantamentos, como um realizado pela Universidade Federal de Santa Maria, que analisou eventos naturais entre 1980 e 2005.
Esse estudo universitário cita, por exemplo, um deslizamento em Estância Velha, com dez mortes, e um vendaval em Tapejara, em 1997, com sete mortes. Até a noite desta terça-feira (20), 14 municípios já haviam decretado situação de emergência. Maquiné teve o pedido homologado.
O governo do Estado, União, municípios e entidades se articulam para prover socorro às vítimas e às áreas afetadas. O chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Luciano Chaves Boeira, disse que, “embora tenha sido um evento de grande extensão e óbitos, os quais lamentamos, também está sendo possível verificar a grande e efetiva articulação dos órgãos de Estado e da comunidade, para que os danos sejam minimizados e a resposta seja as mais rápida e melhor possível”, completou.
Até a noite desta terça-feira, pelo menos 15 mil pessoas estavam fora de casa.