Nesta terça-feira (26), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou a operação Dubai, que prendeu cinco pessoas envolvidas em um esquema de desvio milionário em uma empresa de Belo Horizonte. As investigações tiveram início depois que o representante legal da empresa relatou o envolvimento de uma sócia no esquema criminoso.
A operação foi denominada “Dubai” devido ao luxo vivido pelos suspeitos e também pelas viagens internacionais realizadas por eles. As investigações referentes a uma fraude empresarial, com desvios financeiros na ordem de R$ 35 milhões, resultaram no cumprimento de cinco mandados de prisão temporária e de outros 17 de busca e apreensão em endereços na cidade de Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Cerca de um mês após o início dos levantamentos, inclusive com a coleta de informações em auditoria da empresa, policiais civis identificaram que os valores desviados, na ordem de R$ 35 milhões, teriam sido convertidos ou ocultados em bens de luxo, como carros, viagens internacionais, joias e metais preciosos.
As investigações começaram depois que o representante legal de um grupo empresarial relatou o envolvimento de uma sócia no esquema criminoso. Conforme apurado pela PCMG, o esquema criminoso tem como alvo um grupo empresarial que atua com a emissão de cartões de benefícios e a antecipação de créditos recebíveis de terceiros. Um funcionário teria descoberto a fraude e encaminhado a denúncia a um dos sócios do grupo empresarial vítima do crime.
As investigações apontam que a mentora intelectual do esquema seria a sócia da empresa. A suspeita teria cooptado funcionários para falsificar documentos, planilhas, informações e saldos bancários, resultando em um desvio de aproximadamente R$35 milhões.
Para isso, a mulher teria contado com a ajuda direta de familiares, quatro empregadas domésticas e comerciantes, que teriam utilizado os valores para a compra de veículos e itens de alto luxo em Dubai, entre eles joias, roupas, relógios, bolsas, óculos e carteiras. Os valores desviados ainda teriam sido empregados na compra de criptomoedas. “Calcula-se que cerca de R$ 15 milhões tenham sido convertidos em bens não rastreáveis pelo sistema bancário”, acrescentou a Polícia Civil.
Modo de agir
De acordo com o apurado, a suspeita teria criado operações financeiras fictícias em empresas do grupo, enviado milhões desviados para outra empresa e redirecionado esses valores para sua própria conta. Esse dinheiro era utilizado, principalmente, na compra de bens e joias de luxo adquiridos em Dubai. Esses produtos eram vendidos para a alta sociedade de Belo Horizonte, por meio de joalherias a quem a suspeita se associou.
Em um primeiro momento, a suspeita teria devolvido ao grupo cerca de R$ 4 milhões de bens de alto valor, além de R$ 800 mil por meio de Pix, após ser confrontada pelas vítimas. Posteriormente, a mulher passou a negar o crime e ocultar o restante desviado, além de coagir testemunhas relacionadas com a investigação.