Um ano atrás, ao levar a tia para tratamento no Hospital da Baleia, em Belo Horizonte, o biólogo itabirano Rangel Eduardo Santos, 26, viu o drama de tantas pessoas que são atendidas ali: muitas vem de muito longe para as sessões de quimioterapia e não têm dinheiro para um almoço ou lanche bem reforçado para encarar o dia. A realidade desses pacientes ou de seus acompanhantes gerou mal-estar no rapaz. Foi o começo de um gesto de solidariedade, que mobilizou mais gente e ganhou o nome de “Baleias do Bem”.
Rangel é do bairro Amazonas, em Itabira, e foi para a capital cursar a faculdade. Depois de se chocar com a situação de quem tem tão pouco e encara a luta contra o câncer, ele comprou alimentos frescos, preparou lanches e os distribuiu no acesso ao hospital. Nos últimos doze meses, o gesto se tornou rotina às segundas-feiras, e o universitário teve apoio de amigos e conhecidos.
Localizado no bairro Saudade, Região Leste de BH, o Hospital da Baleia é uma das referências no tratamento de câncer na capital mineira, e atende usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) enviados pelos municípios. “O hospital é isolado e dificulta a saída dos usuários para uma alimentação mais barata que a vendida no local”, observa o rapaz.
O grupo dele geralmente distribuí um sanduíche de frango e cenoura, suco natural e frutas. São 200 lanches entregues a cada ida ao hospital. O cardápio, saudável, foi montado com a orientação de um médico.
[ngg_images source=”galleries” container_ids=”90″ display_type=”photocrati-nextgen_basic_slideshow” gallery_width=”600″ gallery_height=”400″ cycle_effect=”fade” cycle_interval=”2″ show_thumbnail_link=”0″ thumbnail_link_text=”[Show thumbnails]” order_by=”sortorder” order_direction=”ASC” returns=”included” maximum_entity_count=”500″]
A ideia de Rangel era manter a ação voluntária no anonimato, uma vez que há uma máxima cristã que reza: “o que a mão direita fez, a esquerda não precisa saber”. Mas, sozinho e com poucos apoios, o projeto ameaçou acabar. Rangel decidiu divulgar a ideia, chamar mais voluntários e doadores à causa e ampliar os dias de entrega dos lanches.
O biólogo está morando em BH, mas tenta mobilizar mais participantes de Itabira, haja vista que moradores da cidade também vão à capital para tratamento oncológico. “Cada um pode ajudar com o que puder”, lembra o rapaz. A ajuda pode ser financeira, de doação de pão, carnes, frutas ou verduras frescas, de carro e motorista para levar voluntários e os alimentos, ou, ainda, de mãos para preparar os lanches.
“Espero que pessoas possam abrir o coração e ajudarem de alguma forma. Estamos dispostos a aumentar o projeto e contribuirmos para um dia melhor dos pacientes e acompanhantes que vão ao hospital”.
O projeto Baleias do Bem pode ser conhecido no Facebook, no link facebook.com/baleiasdobem. Outras informações pelo telefone (31) 9551-7725.