STF decide nesta terça se torna Aécio réu por corrupção

Senador mineiro é acusado de pedir propina ao empresário Joesley Batista, em troca de favores políticos; e também de tentar atrapalhar o andamento da Operação Lava Jato

STF decide nesta terça se torna Aécio réu por corrupção
Senador Aécio Neves está na pauta do STF nesta terça-feira, 17 de abril – Divulgação

O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá decidir nesta terça-feira, 17 de abril, se recebe denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o torna réu por corrupção e obstrução de Justiça. A decisão caberá aos cinco ministros que compõem a Primeira Turma da Corte: Marco Aurélio Mello (relator do caso), Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Rosa Weber. A sessão está marcada para as 14h, mas não será transmitida ao vivo pela TV Justiça, já que as sessões de turmas só podem ser acompanhadas de dentro do STF.

Se a maioria aceitar a denúncia, Aécio passa a responder ao processo penal na condição de réu e poderá contestar a acusação com novas provas. Só ao final da ação poderá ser considerado culpado ou inocente, num julgamento a ser realizado pelo mesmo colegiado. O senador mineiro é acusado pela Procuradoria Geral da República de pedir propina de R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, dono da J&F, em troca de favores políticos; e também de tentar atrapalhar o andamento da Operação Lava Jato.

A defesa diz que Aécio foi “vítima de uma situação forjada, arquitetada por criminosos confessos” e que “inexiste crime ou ilegalidade na conduta do senador”. Na conversa gravada com Joesley, Aécio diz que usaria o dinheiro para pagar advogados.

Junto do parlamentar, são acusados pela PGR a irmã dele, Andréa Neves da Cunha, o primo Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima, ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrela (MDB-MG), todos por corrupção. A primeira teria pedido o dinheiro a Joesley e os outros dois teriam recebido e guardado quatro parcelas de R$ 500 mil em espécie.

Segundo a PGR, o senador também tentou embaraçar as investigações ao tentar aprovar nova lei contra abuso de autoridade com o suposto objetivo de punir juízes e procuradores; aprovar anistia a crimes de caixa 2 – doações não declaradas de campanha; e tentar interferir na escolha de delegados para conduzir investigações da Lava Jato.

Em entrevista a jornalistas nessa segunda (16), Aécio se disse vítima de um “enredo armado” pelos delatores da JBS. O parlamentar disse ainda que não houve uma investigação dos fatos e que, se as acusações tivessem sido apuradas, as denúncias se desmontariam como um “castelo de cartas”. “Um enredo pré-determinado por um cidadão que recebeu benefícios. Foi uma construção feita pela defesa do senhor Joesley Batista, com membros do Ministério Público”, disse o tucano.

Também nessa segunda, a defesa do senador pediu acesso às provas já produzidas nas investigações.