A Universidade Federal de Minas Gerais anunciou, nesta quinta-feira (7), que protocolou representação nos ministérios públicos estadual e federal contra a realização da Stock Car em Belo Horizonte, no entorno do Mineirão, em agosto deste ano. Em ofício encaminhado ao procurador-geral de Justiça de Minas Gerais e ao procurador da República, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida argumentou que a Universidade não foi notificada formalmente sobre as datas da realização do evento e da programação de providências para bloqueio do seu entorno.
A reitora da UFMG alega, ainda, que não se estabeleceu amplo diálogo entre os organizadores e o poder público municipal com a Universidade e a comunidade universitária antes da tomada de decisão. “A Universidade tomou conhecimento dos acordos pactuados para a realização do evento por meio da mídia”, afirma a reitora na representação encaminhada na última terça-feira, dia 5. No dia anterior, a UFMG anunciou, em nota à comunidade acadêmica, que tomaria “todas as providências cabíveis para garantir os direitos e o bem-estar da comunidade universitária e da região”.
Sandra Goulart alerta, na representação, para os enormes impactos sobre a área hospitalar na qual se localiza o Hospital Veterinário, os biotérios de criação de animais, a Estação Ecológica e o Centro Esportivo Universitário, bem como todas as atividades de ensino, pesquisa e extensão da Universidade.
Essas unidades estão localizadas a poucos metros do Mineirão, que foi erguido na década de 1960 como ampliação do projeto do antigo Estádio Universitário, em terreno cedido pela UFMG. “Não é exagero dizer que a corrida Stock Car passará no meio da UFMG, uma cidade universitária firmemente fixada em Belo Horizonte”, afirma a reitora.