O Programa Autônomos, que está substituindo de forma gradual alguns equipamentos tripulados por equipamentos autônomos em operações da mineradora Vale, tem aberto a possibilidade para pessoas com deficiência (PcD) atuarem em funções que antes poderiam parecer inviáveis para alguns tipos de deficiência. O objetivo do programa, com o uso da tecnologia, é melhorar a eficiência, a segurança e a sustentabilidade dos processos operacionais, além de proporcionar a inclusão de profissionais PcD, uma vez que permite a operação remota dos veículos não tripulados.
Em Minas Gerais, Bruna Marina Adriano Pinto é uma das operadoras de sistema autônomo. Com visão monocular caracterizada pela cegueira em um dos olhos, ela opera uma das perfuratrizes autônomas na mina Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo. “A minha condição me impossibilitaria de operar essa máquina de forma manual, na cabine, uma vez que não posso tirar carteira de habilitação de categoria C por conta da baixa visão. No entanto, como autônomo, não há limitação, uma vez que a operação ocorre toda em sala. Essa evolução também tem sido uma oportunidade de inclusão e desenvolvimento profissional das pessoas com deficiência”, reforça.
O Programa Autônomos já integrou cerca de 20 pessoas com deficiência para o controle de equipamentos não-tripulados. Todos os empregados envolvidos no projeto receberam capacitação, seja para funções novas ou para executar as mesmas funções de uma forma diferente, interagindo com os veículos autônomos. Desde 2021, um total de 362 capacitações já foram realizadas e 300 empregados já foram retirados da linha de frente ou tiveram o risco de seu trabalho reduzido.
Inclusão de pessoas com deficiência
A Vale investe continuamente no combate a qualquer forma de discriminação e de preconceito, promovendo o respeito às diferenças individuais, segurança psicológica e com igualdade de oportunidades. Atualmente, 5,4% da força de trabalho da empresa é formada por profissionais com deficiência, somando cerca de 2.700 empregados nas mais diversas funções. A empresa busca promover uma experiência de trabalho equânime, investindo em acessibilidade, desenvolvimento de carreira e combatendo o capacitismo, a discriminação que atinge as pessoas com deficiência.
“Trabalhamos para proporcionar uma estrutura de trabalho inclusiva e acessível, onde as pessoas com deficiência possam entregar todo o seu potencial”, afirma Fernanda Castanheira, gerente de Diversidade, Equidade e Inclusão.
Segundo ela, programas de formação exclusivos para profissionais com deficiência, trilhas de aprendizado para combater vieses inconscientes que geram preconceito e disponibilização de material informativo para líderes e empregados, são algumas das iniciativas que têm dado suporte nessa jornada de construir um ambiente de trabalho cada vez mais inclusivo.
A Vale também possui um grupo de afinidade formado espontaneamente por empregados que tem o objetivo de estimular o compartilhamento de informações acerca da pauta, proporcionar um ambiente de troca e aprendizado e ajudar a combater os vieses inconscientes e comportamentos discriminatórios e capacitistas.
Sobre o Programa Autônomos
Iniciado em 2014, o programa cria oportunidade de desenvolvimento e crescimento de carreira para os empregados, considerando realocações quando necessário. Além de priorizar a segurança e a produtividade, a iniciativa está em linha com a agenda de baixo carbono em função da redução do consumo de combustíveis e aumento da vida útil de componentes.
No Brasil, são cerca de 71 equipamentos autônomos — caminhões, máquinas de pátio e perfuratrizes em funcionamento —, sendo 28 em Minas Gerais.