Em um português mais claro, Jesus está nos dizendo: “Tenha fé em Deus”. A fé em Deus é mais que importante, ela é necessária, ela é essencial. Porém, só descobriremos isso ao passarmos por uma situação de impossibilidade. Milagre, só Deus pode fazer, no entanto, o que se exige de quem precisa de uma intervenção divina é que se tenha fé em Deus. Através da fé pessoas tiveram suas vidas completamente transformadas, experimentaram o sobrenatural, a Bíblia e a história está cheia de exemplos (“a tua fé te salvou”). Onde a fé em Deus foi manifestada um rastro de milagres fora deixado.
O que se vê de comum na vida de todas as pessoas que alcançaram uma graça divina é que, sem exceção, todas tiveram fé em Deus. Porém, em relação a fé, alguns riscos devem ser evitados:
- O primeiro risco é a falta de fé (De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. Hb.11:6). Sem fé não é apenas difícil, é impossível agradar a Deus. No passado, eu cansei de dizer que não acreditava em Deus, até precisar verdadeiramente Dele e Ele não me faltou, apesar da minha enorme ignorância. Hoje sou um milagre vivo, em outras colunas já compartilhei um pouco do que Deus já fez por mim. Não é por que, em momentos de grandes dificuldades, Deus não correspondeu às nossas expectativas, não agindo como e quando queríamos, que vamos justificar a nossa incredulidade. A ausência de fé pode estar sendo ocasionada pela falta de contato com a Sua Palavra (“A fé vem por ouvir a pregação da Palavra de Deus” – Rm.10:17). Em Lucas 18:8 Jesus advertiu: “…quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra? ”.
- O segundo risco é a limitação da fé (Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? / E ele disse-lhes: Por que temeis, homens de pouca fé? – Mt.8:26). De acordo com essas duas traduções, a fé pode está limitada no tamanho (pequena) ou na quantidade (pouca); na ocasião da tempestade Jesus não acusa os discípulos de não terem fé, mas menciona claramente que a fé deles era insuficiente. Para os discípulos, Jesus poderia ter impedido que eles entrassem naquele barco, mas agora que estavam no meio do mar, enfrentando uma terrível tempestade, Jesus não podia fazer mais nada, estavam todos, inclusive Jesus, perdidos. Eles foram incapazes de enxergar uma saída, mesmo com Jesus no barco. Quando Lázaro ficou doente, suas irmãs, Marta e Maria, mandaram chamar Jesus, por que tinham certeza que Ele podia ajudar, mas depois que Lázaro morreu, elas pensavam que nada mais podia ser feito, ainda mais depois de quatro dias, na mente delas, Jesus havia chegado tarde demais. Já reparou como nossa fé é limitada? Temos facilidade em crer que Jesus pode curar uma gripe ou uma dor de cabeça, mas se o diagnóstico é câncer a fé se revela insuficiente. Acredite, não há limites em Deus, Ele não conhece o impossível e como está escrito: “Tudo é possível ao que crê…”; “Crê somente e verás a glória de Deus”.
- O terceiro risco é a contaminação da fé (“Não ofereçam os seus filhos em sacrifício, queimando-os no altar. Não deixem que no meio do povo haja adivinhos ou pessoas que tiram sortes; não tolerem feiticeiros, nem quem faz despachos, nem os que invocam os espíritos dos mortos. O SENHOR Deus detesta os que praticam essas coisas nojentas e por isso mesmo está expulsando da terra esses povos, enquanto vocês vão tomando posse dela. Em todas as coisas sejam fiéis ao SENHOR, nosso Deus” Dt.18:10-12). A fé não é um vale tudo, existem crenças que são detestáveis e nojentas aos olhos de Deus, uma fé pura, ausente de qualquer contaminação deve ser filtrada na Palavra Sagrada (Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. – Jo.17:17). Se o que acreditamos não estiver de acordo com o que está escrito devemos rever nossas crenças, não rasgar nossas Bíblias (“Seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso” – Romanos 3:4). O povo de Deus, ao se misturar com outras culturas, deveria estar atento para não permitir que a fé deles fosse contaminada, por isso Deus deixa claro o que O desagrada e a maneira correta que deviam se relacionar com Ele. Vigiemos diante das culturas atuais, sejamos profundos conhecedores da Palavra, que é o filtro conservador da pureza da verdadeira fé em Deus.
- O quarto risco é a hipocrisia da fé (“Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé sem hipocrisia” 1Tm.1:5). Hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui, frequentemente exigindo que os outros se comportem dentro de certos parâmetros de conduta moral que a própria pessoa extrapola ou deixa de adotar. Em outras palavras, o hipócrita é a pessoa que finge ser o que não é e ainda exige que outros sejam o que ela não consegue ser. O hipócrita é a pessoa cuja fé não é verdadeira, é uma fé falsa, se ele está em um ambiente cristão se comporta como tal, mas se está em um ambiente anticristão seu comportamento se adapta conforme o ambiente. Como alguém assim pode esperar receber alguma benção de Deus?
- O quinto e último risco que devemos evitar é a morte da fé (“Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta” Tg.2:14,17,26). A fé é passível de morte e a principal evidência de seu falecimento é a ausência de obras. Se com as nossas obras não manifestamos a nossa fé, ela está morta. Se nossas obras não estão alinhadas com nossas crenças, não há batimentos cardíacos em nossa fé. A fé genuína se revela mediante as obras erradas que deixamos de praticar e as boas obras que começamos a realizar pela presença de Cristo em nossas vidas. A árvore é conhecida pelos frutos (obras), foi isso que Jesus nos ensinou. De acordo com Ele, ou somos árvore boa, ruim ou inútil, que tipo de árvore temos sido?
Concluindo, tenha fé em Deus. A fé em Deus nos permite viver uma vida de bênçãos e milagres, todavia devemos evitar os riscos da falta de fé, da limitação da fé, da contaminação da fé, da hipocrisia da fé e da morte da fé.
Vagner Miranda é pastor da Igreja Halleluyah em Itabira. O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.