Terminou a longa ocorrência envolvendo Fábio Ferreira Martins, o Fabinho, de 38 anos, que na tarde de sexta-feira (4), às 16h30, subiu em um poste de energia elétrica e iluminação pública na rua Jason Bragança, no bairro Clóvis Alvim I, em Itabira. Desde então, ele vinha se recusando a descer da estrutura, onde permaneceu por quase 24 horas — só aceitando sair de lá no final da tarde deste sábado (5), por volta das 16h.
A ocorrência teve início na tarde de ontem quando uma guarnição da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) foi até o Clóvis Alvim I para cumprir um mandado de prisão em desfavor de Fabinho. Ao perceber a aproximação dos militares, ele resolveu subir no poste com um pedaço de pau na mão, que foi utilizado para intimidar quem tentasse tirá-lo da estrutura.
No período em que esteve em cima do poste, Fabinho chegou a atirar telhas contra os policiais, além de fazer ameaças contra as equipes de resgaste que atuavam no local. Após ser convencido a descer e se entregar, o homem foi orientado a se alimentar antes de ir para a delegacia, inclusive recebeu uma vasilha de arroz-doce feito por uma moradora do bairro. Ele também bebeu água e fumou cigarros.
De acordo com a polícia, Fabinho possui uma extensa ficha criminal, que inclui crimes como roubo, furto, dano e apropriação indébita. Depois de se alimentar, o homem foi conduzido para a delegacia de polícia
Além da PMMG, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) auxiliaram na condução do caso. As forças de segurança e resgate permaneceram no local até o seu desfecho. O promotor de Justiça Bruno Muller e a advogada de Fabinho participaram das negociações para que ele se entregasse às forças de segurança.
Também estiveram no local os advogados Gabriel Pereira Fontes e Gabriel, que foram acionados pela Associação de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação em Liberdade.
Durante a ocorrência, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) precisou cortar a energia no bairro ainda na sexta-feira para que o homem não fosse eletrocutado. A medida deixou 380 clientes sem luz até a manhã deste sábado, quando a energia foi religada em parte da localidade, beneficiando 321 residências. Outras 59 casas ficaram sem luz até Fabinho se entregar.
Conversa com a imprensa
Para se entregar, Fabinho colocou como condição dar um depoimento à imprensa. Para isso, ele foi acompanhado pelo promotor de Justiça Bruno Muller e pela sua advogada. Confira:
Depoimento comovente
Na manhã deste sábado, Waldomiro Martins, pai de Fabinho, relatou à imprensa o drama envolvendo o seu filho, que é dependente químico. Assista ao depoimento: