Na semana passada, o instituto Datafolha divulgou a primeira rodada de pesquisa deste ano e revelou os números atuais da disputa para a presidência da república:
Lula da Silva (PT): 43%
Jair Bolsonaro (PL): 26%
Sérgio Moro (Podemos): 8%
Ciro Gomes (PDT): 6%
João Dória (PSDB): 2%
André Janones (Avante): 2%
Simone Tebet (MDB): 1%
Felipe d’Avila (Parido Novo): 1%
Em relação ao levantamento anterior, em dezembro de 2021, o ex-presidente Lula apresentou uma oscilação negativa de 5%, enquanto o presidente Bolsonaro subiu 4%. Essa variação aconteceu fora da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos para mais ou para menos.
No final da semana passada, a vereadora e ex-prefeita de Bom Jesus do Amparo – Inez Santos (MDB) – prestou uma homenagem aos deputados federal Newton Cardoso Jr (MDB) e estadual Tito Torres (PSDB).
“A política hoje está desordenada e nós precisamos reconhecer as pessoas que têm compromisso com Bom Jesus do Amparo, como Tito Torres e Newton Cardoso Jr. Então, fica aqui a nossa gratidão aos dois”, declarou a ex-prefeita, que está completando 45 anos de vida pública.
A DeFato esteve presente e ouviu a opinião dos parlamentares sobre a sucessão presidencial e a eleição para o governo de Minas Gerais. Separamos as entrevistas em duas partes, e primeiro você lê o depoimento do deputado estadual Tito Torres, no qual o tucano, inclusive, sinaliza uma mudança de partido para apoiar a candidatura de Eduardo Leite a presidente da república.
A sucessão mineira teve uma movimentação bastante relevante com o afastamento do prefeito Alexandre Kalil para disputar o cargo de governador. Qual a sua análise sobre esse novo patamar do processo político estadual?
Tito Torres: Essa saída de Kalil da prefeitura já era prevista, mas sempre havia alguma dúvida se ele abriria mão de mais de dois anos na administração da capital. Mas todo mundo acredita que a disputa será entre ele (Kalil) e Romeu Zema. Vamos esperar também para ver se o prefeito de Betim (Vittorio Medioli) renunciará ao mandato para disputar o governo de Minas. Eu acredito que será uma disputa muito difícil, dura. Mas acho que o cenário nacional influenciará muito na sucessão mineira. Vamos ver como a coisa se desenrolará nos próximos dias.
E como seria essa influência do cenário nacional no processo sucessório de Minas Gerais?
Tito Torres: Pelas pesquisas que a gente tem acompanhado, prevalece a polarização na disputa para a presidência da República. Os candidatos da possível terceira via continuam com muito baixo percentual de votos. Pelo que observo, nas matérias que leio, o prefeito Kalil deve ser apoiado pelo presidente Lula e o (Romeu) Zema, que sempre teve uma aproximação com o governo Bolsonaro, deverá ser apoiado pelo presidente (Bolsonaro). Então, ficará Lula com Kalil e Bolsonaro com Zema. Minas terá um retrato idêntico ao que vai acontecer em nível nacional.
Então, pela sua avaliação, essa terceira via tem muito pouca possiblidade de prevalecer…
Tito Torres: Eu ainda acredito na possiblidade de uma terceira via forte com a candidatura de Eduardo Leite (governador do Rio Grande do Sul). Uma pessoa que rodou o Brasil durante as prévias do PSDB. Mas, infelizmente, ele não saiu vitorioso (nas prévias do partido). Então, ele deverá renunciar ao governo do Rio Grande do Sul e se filiar ao PSD para disputar a presidência da república. É um cara jovem e preparado. Foi vereador e prefeito (de Pelotas) e, como governador, revolucionou o estado do Rio Grande do Sul. Então, acho que com ele (Eduardo Leite) teremos uma terceira via forte. Eu sinto que o povo brasileiro não quer nem Lula e nem Bolsonaro. As pessoas vão acabar acreditando que a terceira via é possível no Brasil. Eu vou esperar a decisão de Eduardo Leite para definir o meu futuro partidário.
João Doria – que é governador do maior estado do país – teve um desempenho exemplar no combate à pandemia do novo Coronavírus. Por que ele apresenta um desempenho tão insignificante nas pesquisas de opinião?
Tito Torres: Eu acho que ele faz uma administração muito séria em São Paulo. O PSDB sempre fez governos muito sérios em São Paulo, tanto na prefeitura da capital quanto no governo estadual. Dória faz uma gestão eficiente, mas ele não soube fazer política. Não soube cativar os companheiros políticos. Eu acho que, nessa pandemia, ele quis ser maior que a vacina. Tentou aparecer mais que a própria vacina. Eu acho que por isso as pessoas tomaram certa antipatia pelo Dória. Mas entendo que realmente ele foi muito importante na busca pela vacina, que salvou milhões de vidas no Brasil. Infelizmente, ele se mantém entre 2% a 3% nas pesquisas, sem conseguir sair desse patamar.
O jornal “O Tempo” divulgou uma relação de deputados que teriam se beneficiado de uma espécie de “verba secreta” do governo Romeu Zema. O senhor- que é um dos principais nomes da lista- que explicação teria para essa denúncia?
Tito Torres: Não existe verba secreta, pois é um orçamento público. São recursos que foram aprovados pela Assembleia Legislativa. O governo tem a obrigação de gastar 25% na educação e 12% na saúde. Então, os governos, de acordo com os seus programas, fazem a liberação de recursos para a sua base e para alguns parlamentares do bloco independente. São as chamadas indicações. Hoje, graças a Deus, sou representante de várias cidades de Minas Gerais e sempre atendi por demandas de ônibus, reformas de escolas e equipamentos para a saúde. E, nessa ação de programa de governo, tivemos a oportunidade de indicar recursos para reforma de escolas e ônibus escolares para vários municípios. Em João Monlevade, por exemplo, o Hospital Margarida recebeu um milhão de reais. Então, todos esses recursos são abertos e publicados. O Tribunal de Contas e outros órgãos fiscalizadores têm acesso a essas indicações, não há nada escondido, não há nada de orçamento oculto.