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Tragédia de Mariana: mais de 250 mil podem ser ressarcidos em decisão da Justiça Inglesa

Mariana

Barragem de Fundão, operada pela Samarco, após dois anos da tragédia do rompimento abrupto da estrutura de contenção de rejeitos. Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Justiça da Inglaterra decide em 2024 se mais de 250 mil pessoas residentes nas áreas afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015, têm direito a receber indenização. O pedido de ressarcimento pelas perdas e danos da tragédia atinge mais de 700 mil pessoas.

A ação coletiva foi movida em 2018, contra a mineradora anglo-australiana BHP Billiton, uma das acionistas da Samarco em sociedade com a brasileira Vale. O valor das indenizações chega a cerca de R$ 230 bilhões para as vítimas da tragédia de Mariana. Segundo o advogado da Rota Advocacia, colaborador institucional no Brasil do escritório inglês Pogust Goodhead, a ação foi movida na Inglaterra por ser a sede da empresa.

“Reconhecemos que o ordenamente jurídico brasileiro tem um bom conjunto de normas do Direito material. No entanto, ao conversar com as vítimas, no dia a dia, há uma sensação de impotência do que eles são capazes de alcançar no Brasil. A ação inglesa é uma forma alternativa de alcançar o ressarcimento”.

A BHP afirmou que vai continuar sua defesa no processo em tramitação na Justiça inglesa e nega integralmente os pedidos feitos na ação no Reino Unido.

“É desnecessária por duplicar questões já cobertas pelo trabalho contínuo da Fundação Renova, sob a supervisão dos tribunais brasileiros, e objeto de processos judiciais em curso no Brasil. Seguimos negociando com entidades públicas no Brasil, como o local adequado para essas discussões. Continuamos o trabalho em colaboração com a Samarco e a Vale para apoiar o processo de remediação em andamento no Brasil. A Fundação Renova promoveu avanços no pagamento de indenizações individuais a mais de 429 mil pessoas e foram desembolsados mais de R$ 30 bilhões em ações de reparação, dos quais, 50% foram pagos diretamente às pessoas atingidas”, diz a empresa.

No total, mais de 200 mil requerentes no processo inglês já receberam pagamentos no Brasil. A Vale informou que “como acionista da Samarco, reforça o compromisso com a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem, nos termos do TTAC e TAC Governança, acordos celebrados com as autoridades e instituições de justiça brasileiras para esse fim, cuja execução se encontra vigente”.

A data do próximo julgamento está agendado para outubro de 2024, com previsão de que dure semanas.

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