O TEA, como é conhecido o Transtorno do Espectro do Autismo, relaciona-se ao desenvolvimento e se manifesta até os 3 anos de idade – e se mantém por toda a vida – comprometendo socialização e comunicação, comportamentos repetitivos e restritivos.
Na maior parte das vezes, o autismo é genético. Ou seja, da herança de seus pais ou uma mutação genética ocorrida na própria criança.
Uma dúvida de muitos pais, e até mesmo de profissionais, quando falamos em diagnóstico de autismo, é sobre quem pode dar o diagnóstico de TEA, de acordo com a legislação brasileira. Legalmente, pode ser dado tanto por um médico ou psicólogo, mas o mais recomendado é que uma equipe multidisciplinar avalie o paciente, considerando suas características e necessidades particulares.
Como forma de promover o desenvolvimento das crianças com autismo, pesquisas se dedicam a estudar os tipos de intervenção mais eficientes para diminuir os sintomas autísticos e aumentar comportamentos adaptativos.
O mercado brasileiro está com demanda crescente, já que os médicos e psicólogos, passam a diagnosticar com mais precisão o autismo e, no entanto, temos poucos profissionais qualificados.
As intervenções, sejam elas educacionais ou clínicas, devem ser planejadas de acordo com o perfil de cada criança. Sabe-se, contudo, que as crianças com autismo podem ser beneficiadas com intervenções em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e recursos como: Acompanhante Terapêutico (AT); Ensino Estruturado com a minimização de estímulos excessivos; planejamento individualizado; número reduzido de alunos por classe; organização das propostas através de rotinas; Equipe multidisciplinar (neurologista, psiquiatra, psicóloga, pedagoga, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, nutricionista, educador físico, entre outros); e Orientação familiar.
A Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis – ABA) é um termo advindo do campo científico do Behaviorismo que observa, analisa e explica a associação entre o ambiente, o comportamento humano e a
aprendizagem.
O treinamento eficaz dos pais e cuidadores parece ser parte essencial dos programas de tratamento baseados na ABA. Mas, pode-se contar também com o Acompanhamento Terapêutico (AT), que é uma prática clínica desenvolvida fora de espaços tradicionais de tratamento, como consultórios. Ele acontece no contexto de vida de quem é acompanhado. Uma das principais funções do AT é dar continuidade aos programas terapêuticos que acontecem no consultório, em outros ambientes naturais das crianças, como em casa e na escola.
É, geralmente, a partir da redução dos excessos comportamentais que novas oportunidades de ensino e interações mais apropriadas surgem, possibilitando uma melhora na qualidade de vida tanto para os indivíduos com TEA quanto para seus pais e cuidadores.
France Jane Elias Leandro é Psicóloga Cognitiva Comportamental Especializanda em ABA e
Ensino Estruturado. CRP/MG 04-7784
O conteúdo expresso neste espaço é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.