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“Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” domina o Oscar 2023; Michele Yeoh e Brendan Fraser se destacam nos prêmios individuais

"Tudo em todo lugar ao mesmo tempo" domina o Oscar 2023; Michele Yeoh e Brendan Fraser se destacam nos prêmios individuais

Foto: Bloomberg

A esperada vitória de “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” se confirmou: o filme adorado pelas jovens gerações levou sete dos 11 Oscars que disputava, na noite de domingo (12). E ganhou nas principais categorias, como ator (Ke Huy Quan) e atriz (Jamie Lee Curtis) coadjuvantes, direção (Daniel Kwan e Daniel Scheinert), atriz (Michele Yeoh) e melhor produção do ano.

O único “estranho no ninho” foi Brendan Fraser, melhor ator por “A Baleia”. “Isso sim é estar no multiverso”, disse ele, emocionado. Igualmente tocada, Michele dedicou o prêmio a sua mãe, pois, “sem mães, não haveria super-heróis no mundo”, comentou. O grande perdedor da noite foi Steven Spielberg: seu filme autobiográfico “Os Fabelmans” concorria a sete estatuetas e não levou nenhuma.

A 95.ª festa do Oscar começou com um prêmio considerado como certo: o de melhor animação para “Pinóquio”, de Guillermo del Toro. “Animação é um tipo especial de cinema”, disse ele que, na sala de imprensa, creditou o sucesso do filme ao aprendizado dos personagens. “O menino aprende a ser uma criança e o pai aprende a ser pai. O longa fala principalmente de esperança”, afirmou Del Toro, que venceu seu terceiro Oscar.

Antes da premiação do cineasta mexicano, o comediante Jimmy Kimmel, que comanda o Oscar pela terceira vez, fez comentários irônicos sobre o grande fato do ano passado: o inesperado tapa de Will Smith em Chris Rock. “A gente está com uma política muito séria aqui: se em algum momento alguém vier aqui para fazer um ato de violência, vai receber um Oscar de melhor ator e poder fazer um discurso de 19 minutos”, ironizou sobre o fato de Smith ter sido agraciado com a estatueta, por “King Richard: Criando Campeãs”, no mesmo dia em que praticou a agressão.

“Posso assegurar que todos aqui estão seguros”, brincou ele, acrescentando. “Não apenas pela segurança do teatro mas porque estamos aqui com diversos super-heróis como Homem-Aranha (surgiu na tela Andrew Garfield) e The Fabelmans (e a câmera mostra Steven Spielberg).

A cerimônia teve início com um clipe mostrando os bastidores das diversas filmagens, para enaltecer o trabalho dos artistas que estariam competindo em seguida em diversas categorias. Na sequência, o apresentador Jimmy Kimmel chegou ao palco flutuando em um paraquedas. Referência a uma das grandes bilheterias do ano, “Top Gun: Maverick”. Foi a deixa para ele ressaltar que os filmes concorrentes foram feitos para serem vistos no cinema. E também homenageou os nomes que enobrecem a arte cinematográfica, como o diretor Steven Spielberg.

“É um ano tão estranho que Spielberg fez um filme sobre Spielberg”, brincou Kimmel, lembrando que o cineasta é o único a ser indicado em cada década durante 60 anos. A defesa do cinema tradicional inspirou outras piadas do comediante, como sobre as ausências de Tom Cruise e James Cameron. “Justamente os caras que mais defendem ver filmes no cinema não estão na festa do cinema”, comentou ele.

Aplaudidos de pé, Jamie Lee Curtis e Ke Huy Quan subiram ao palco para receber os mais do que esperados prêmios de melhores coadjuvantes, ambos por “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo”. “Esse é o verdadeiro sonho americano”, falou Quan, entre lágrimas, com o sentimento de quem deu a volta por cima. Também chorando, Jamie lembrou o parentesco ilustre ao agradecer: “Meu pai (Tony Curtis) e minha mãe (Janet Leigh) foram ambos indicados para o Oscar em diferentes categorias — e eu acabei de ganhar um Oscar!”, disse ela, olhando para o alto.

Ela dominou a entrevista coletiva após receber o prêmio. Divertida, fez piada sobre as perguntas feitas online por jornalistas que não estão em Los Angeles (“Ai meu Deus, a pessoa não pode comer como vocês, aqui na sala de imprensa, vai estar mal-humorada”, brincou).

Mas foi incisiva sobre a quantidade ainda menor de mulheres indicadas para o Oscar. “Eu queria ver mais mulheres e pessoas de outros gêneros indicadas para algum Oscar. Mas isso leva a outra questão: sobre termos categorias sem definição de gênero, pois nós, mulheres, teríamos menos possibilidades de vitória. É uma questão delicada, temos de pensar muito antes de tomar alguma atitude”, observou.

Latinos

Outra parcela com pouca representatividade no Oscar deste ano entre os indicados foi a de latinos. E um longa que se acreditava ter grande chances de vitória, “Argentina, 1985”, foi derrotado pelo alemão “Nada de novo no front” na disputa de filme internacional. Longa de guerra que abomina a guerra, “Nada de novo no front” é resultado de um trabalho em grupo, como observou o diretor Edward Berger. “Este foi o seu primeiro filme e você nos carregou nos ombros como se não fosse nada”, disse ele a Felix Kammerer, o ator austríaco de 27 anos.

Confira os vencedores do Oscar 2023:

Animação

Ator Coadjuvante

Atriz Coadjuvante

Melhor Documentário

Melhor Curta-Metragem

Melhor Fotografia

Melhor Maquiagem e Penteado

Melhor Figurino

Filme Internacional

Melhor Documentário em Curta

Melhor Animação em Curta

Melhor Direção de Arte

Melhor Trilha Sonora Original

Melhor Efeitos Visuais

Roteiro

Roteiro Adaptado

Melhor Som

Melhor Canção Ooriginal

Melhor Edição

Direção

Ator

Atriz

Filme

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