A Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vai participar dos estudos da Pfizer para testagem de uma medicação oral contra a Covid-19. A universidade está à procura de voluntários para participar da pesquisa.
No estudo, os voluntários são aleatoriamente reunidos em um grupo que recebe a medicação avaliada ou em um grupo que recebe placebo, substância que não contém ingredientes ativos e, portanto, não age no organismo. O acompanhamento terá duração de 24 semanas, com três visitas presenciais no primeiro mês e as demais consultas feitas por telefone.
A medicação é um antiviral inibidor de protease, classe de drogas também utilizadas contra outros vírus, como o HIV e o da hepatite C. Elas agem para evitar sua replicação completa. O medicamento provoca uma redução da carga viral, impedindo o agravamento da doença com manifestações mais sérias dos sintomas e o risco de morte.
Como participar
No momento, estão abertas as inscrições de voluntários para o primeiro estudo, que objetiva avaliar se a medicação reduz a duração e a gravidade da Covid-19 em pessoas recentemente diagnosticadas e que apresentem risco aumentado para a forma grave da doença. A participação é gratuita e os voluntários serão ressarcidos com o custo de deslocamento.
Podem participar pessoas não vacinadas e que não pretendam se vacinar durante a pesquisa, com pelo menos 18 anos e algum fator clínico como índice de massa corporal acima de 25, tabagismo, 60 anos ou mais de idade, diabetes, doença renal crônica, cardíaca ou pulmonar, imunossupressão ou algum câncer em atividade.
Os interessados devem entrar em contato pelo telefone (31) 98109-1143 e pelo e-mail cov3001.ufmg@gmail.com, apresentar o exame realizado nos últimos cinco dias com o resultado positivo para covid-19 ou apenas revelar ter desenvolvido manifestações características da doença. Nesse caso, a equipe responsável avaliará os sintomas e fará a testagem.
“Esse é um dos primeiros estudos feitos com medicação oral e um grande avanço que se soma a outras estratégias de intervenções, tanto preventivas quanto terapêuticas, contra o coronavírus. Uma vez comprovada a eficácia do medicamento, espera-se produção em larga escala e acesso universal, a exemplo do que ocorre com outras doenças infecciosas globais como HIV e tuberculose”, destaca o professor Jorge Andrade Pinto, coordenador dos estudos na Faculdade de Medicina da UFMG.