O governo norte-americano foi alertado pelos russos, com 30 minutos de antecedência, sobre sua intenção em lançar um míssil balístico hipersônico contra a Ucrânia nesta quinta-feira (21), segundo informações do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Peskov também disse que Moscou mantém contato constante com os americanos sobre a possibilidade de utilização de armas nucleares.
O lançamento do míssil balístico foi uma resposta aos bombardeios ucranianos com mísseis fornecidos por aliados de Kiev, segundo informou o presidente Vladimir Putin.
O míssil denominado de “Oreshnik” utilizado é desnuclearizado em sua configuração e foi direcionado a um complexo militar-industrial ucraniano, detalhou Putin.
O presidente russo afirmou que o conflito com a Ucrânia já tem o aspecto de “guerra mundial” e sugere a possibilidade de atingir potências ocidentais que fornecem as armas utilizadas nos ataques contra o seu país.
Kiev acusou Putin de ter atacado a cidade de Dinpro, no centro-leste do país, com um míssil com características de míssil intercontinental, algo até agora sem precedentes no conflito.
Volodimir Zelensky lamentou nas redes sociais que até o momento a comunidade internacional não reagiu de forma contundente sobre o disparo russo.
Por sua vez, Putin, em curto discurso, denunciou dois bombardeios ucranianos contra o território russo com mísseis americanos ATACMS e os britânicos Storm Shadow.
“Nós consideramos que temos o direito de usar nossas armas contra instalações militares daqueles países que permitem usar suas armas contra nossas instalações”.
Além dos mísseis americanos e britânicos, a Ucrânia possui também mísseis de cruzeiro franco-britânicos Storm Shadow/Scalp, fornecidos pelos dois países.
Os mísseis ATACMS têm um alcance de até 300 km e os Storm Shadow de mais de 250 km.
Os mísseis de médio alcance, como o disparado pelos russos podem alcançar alvos a até 5.500 km de distância.
Volodimir Zelensky chamou o ato russo de um “vizinho enlouquecido” que utiliza a Ucrânia como campo de prova militar.