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Uma desastrada e desnecessária guerra da geopolítica

A geopolítica funciona como mijo de cachorro. O maior amigo do homem urina em todos os cantos. A todo tempo, levanta uma das patas traseiras e tome esguicho. Esse comportamento nem sempre é uma necessidade fisiológica. O cão age assim para demarcar territórios (ou espaços exclusivos).

  

Os países – no teatro das relações internacionais – comportam-se mais ou menos como simples vira-latas. Então, a geopolítica é a arte da disseminação de influências bélicas, ideológicas e econômicas, nos mais diversos pontos do planeta. Aqui, na América do Sul, há uma disputa histórica entre Brasil e Argentina. Mas é um fenômeno localizado, sem maior importância para o resto do mundo. Na verdade, o senhor das Américas é Tio Sam (governo americano). As ferramentas de persuasão dos Estados Unidos são econômicas, ideológicas e bélicas. 

Mas – nas últimas décadas – o crescimento espetacular da economia chinesa colocou uma pimenta a mais nesse complexo tempero das relações internacionais. E, nessa briga de “endinheirados”, os conterrâneos de Confúcio estão levando nítida vantagem. Hoje, os comunistas de araque já são a maior potência econômica do planeta. E, pior, bissextos aliados de Moscou.  

A invasão da Ucrânia é atitude típica de demarcação territorial. O pequeno país do Leste Europeu foi muito estratégico para os interesses da Rússia. Ele foi um estado ícone da antiga União das Republicas Socialistas Soviéticas (URSS). A nação ucraniana sofreu horrores com as reformas “modernistas” de Josef Stalin. Os campos de trabalhos forçados da Ucrânia, os Gulag, provocaram a morte de aproximadamente três milhões de ucranianos. 

O ex-morador do Kremlin foi um ditador sanguinário, com acentuado grau de psicopatia. Existe muita semelhança entre o “comunista” Stalin e o nazista Adolf Hitler. Mas, com uma diferença fundamental: o austro- alemão tentou dizimar a raça judia, não mandou matar alemães. Já Stalin determinou o assassinato de milhões de seus conterrâneos (de fome ou expurgos), além dos próprios judeus. 

Mas, qual o motivo para esse mais grave conflito internacional (Rússia contra Ucrânia), depois da Guerra Fria? A motivação é meramente geopolítica. A Ucrânia – que tem fronteiras estratégicas com a Rússia- reivindica o ingresso na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma instituição que é praticamente o quintal dos Estados Unidos. Vladimir Putin, o autocrata soviético, jamais admitiria essa pretensão dos mandarins de Kiev. Está claro. A Otan seria uma rota de fuga dos ucranianos, pois escapariam da zona de influência dos soviéticos. 

Esse é o pretexto básico para a reação irada e extremada de Putin. Apenas isso, nada mais que isso. Mesmo porque, outros países da antiga Cortina de Ferro já aderiram à Otan, sem maiores consequências diplomáticas. Estônia e Eslovênia são apenas dois insignificantes exemplos.  

Esse novo perigoso conflito – de consequências imprevisíveis – de tão infantil chega às raias da irresponsabilidade. Para começo de conversa, não há nenhuma justificativa pragmática para a entrada da Ucrânia na Otan. Essa adesão não tem a menor importância para a União Europeia. Ucrânia dentro ou fora, tanto faz. Era melhor ter deixado as coisas no modo “tudo como dantes”. Assim, o cachorro Putin não teria uma causa para mijar na Europa (e, talvez, emporcalhar o mundo todo).

PS: a humanidade deveria agradecer ao “Todo Poderoso” pela derrota de Donald Trump, nas últimas eleições americanas. Já imaginou se a “besta” fosse o atual presidente dos EUA? Nem pensar. O mundo realmente estaria à beira da Terceira Guerra Mundial. Afinal, Joe Biden mais parece determinados políticos brasileiros: simpatia a granel, discurso fácil, imenso jogo de cena, bastante gogó e muito pouca ação.

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