A Universidade Federal de Itajubá (Unifei) sofreu um bloqueio de R$ 10.849.888,00 (dez milhões, oitocentos e quarenta e nove mil, oitocentos e oitenta e oito reais), que correspondem a 30% do seu orçamento. O valor consta de nota divulgada pela instituição, assinada pelo reitor, professor Dagoberto Alves de Almeida.
“Consideramos essa medida absurda e injusta não apenas para a Unifei, mas para todas as instituições federais de ensino superior, que são responsáveis por 95% de toda a ciência produzida no país. Em nosso caso, temos executado uma gestão absolutamente profissional, extremamente rigorosa na boa gestão da coisa pública, e, mesmo assim, sofremos esse bloqueio”, diz trecho da nota.
O corte foi considerado expressivo, segundo a instituição, que discriminou como a redução afetará a manutenção da universidade:
– Bloqueio de 30% na capacitação de servidores;
– Bloqueio de 35% do funcionamento da Universidade – energia, água, segurança, limpeza e outros serviços terceirizados;
– Bloqueio de 30% na ação de fomento ao ensino, pesquisa e extensão;
– Bloqueio de 30% no recurso da concessão de bolsas;
– Bloqueio de 30% dos recursos de capital (investimento).
Na nota, o reitor ressalta que a postura do governo federal em bloquear os recursos demonstra a falta de compromisso com a educação, único motor verdadeiramente sustentável para o progresso do Brasil. “Estamos na contramão das nações mais progressistas, uma vez que aquelas que hoje ostentam os melhores indicadores de progresso material e de qualidade de vida não se descuidaram da implementação de políticas eficazes para a educação de qualidade, para a geração de conhecimento científico e para a produção de tecnologia capaz de agregar valor ao PIB.”
Campus Itabira
Os cortes da Unifei também incluem o campus de Itabira. “Afeta a Unifei Itabira, mas os eventos principais, as despesas operacionais serão mantidas. Então, em termos em continuidade de aula, atividades de pesquisa e extensão, a princípio não haverá alteração”, declarou o diretor do campus de Itabira, José Eugênio de Almeida.
Ele ressaltou também que os cortes não afetam o projeto de expansão da instituição, pois ele é fruto da parceria da Prefeitura Municipal de Itabira e a mineradora Vale, não incluindo recursos do governo federal para as obras. “As ampliações de obras do campus estão sendo feitas, como foi acordado desde a criação da universidade, com recursos da própria prefeitura. E prefeitura continua investindo. Estamos em fase de terraplanagem e da fundação de novos três prédios e está tudo dentro do que foi proposto”, declarou.