Universidade de Itabira: postura do prefeito é sintoma de caos mental e falta de compromisso com futuras gerações

Leia o novo texto do colunista Fernando Silva

Universidade de Itabira: postura do prefeito é sintoma de caos mental e falta de compromisso com futuras gerações
Foto: Arquivo/DeFato
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O título dessa coluna tem aparência tóxica. Mas, não. Tudo não passa de simples miragem. A realidade é outra. Na verdade, o prefeito Marco Antônio Lage é meu ídolo. O “socialista” virou uma fonte de inspiração para esse escriba. O mandarim de Itabira é o manancial da Pureza das minhas crônicas. Ele abastece diuturnamente a caixa d’água da minha imaginação. E com uma vantagem adicional: as corriqueiras intervenções do SAAE não impedem a sequência desse fluxo mental.

Meu ídolo, porém, apresenta um grave problema patológico: a sua incontinência verbal anda incontrolável. Marco Lage tem imensa dificuldade em colocar a sua língua no ponto morto. Nesse quesito, o sofista de Mato Dentro é páreo duríssimo para Lula e Bolsonaro. 

Na semana atrasada, o prefeito cumpriu mais uma estação da sua via-sacra publicitária. Compareceu ao “Programa do Povo”, na rádio Nova 93 FM. E, para não perder o costume, usou o órgão da fala para destilar doses homeopáticas de besteirol. E aí o político neófito praticou o seu esporte preferido: tiro à Universidade de Itabira. O mandarim não consegue esconder a espontânea e sincera antipatia pelo projeto Unifei. E tomem justificativas ocas. Vou apresentar algumas das pérolas Lagianas: 

– ”Um absurdo a Prefeitura investir na construção do campus universitário”

– “Um absurdo o Governo Federal não bancar essa obra”

– “Um absurdo vereadores, empresários e imprensa cobrarem agilidade no cronograma das obras (do campus)”.

E só faltou completar: desculpem-me por bombardear vocês (os ouvintes) com tantos absurdos. Lembrando apenas um fato estarrecedor: Marco Lage jamais pediu desculpas pelos transtornos causados pelos milhares de buracos nas ruas da cidade. O ex-diretor de Comunicação da Fiat Automóveis, porém, deixou transparecer que tapar buracos é mais importante que investir nas obras da Unifei.

E mais. Num momento de aparente confusão mental, o chefe do Executivo disparou: “os prédios da Unifei ficarão ociosos”. E Ponto. Na DeFato, foi constrangedoramente desmentido pelo diretor da Universidade

E aqui vem a pergunta que insiste não calar: quem deu autonomia para o prefeito tentar interferir na sequência natural do projeto? O imperador de Ipoema tem poder para tomar uma radical decisão unilateral? O ato discricionário tem limites. Está muito claro. A implantação da Unifei é um claro compromisso da atual sociedade com as futuras gerações. A diversificação econômica também é uma importante consequência da consolidação da instituição de ensino superior.  

A conversa fiada marquiniana mal consegue camuflar uma percepção fatal: Marco não tem a mais leve noção da relevância da Unifei para o município. E isso tem uma explicação lógica. O “alcaide” não participou das difíceis negociações para a criação do campus itabirano. A omissão do todo-poderoso até é compreensível. Naquela época, muito provavelmente, o paraquedista desfilava displicentemente pelas ruas de Turim.

Enfim: Então, rasga-se o projeto Unifei. E ponto final num sonho de verão. Marco Lage deve saber o caminho das pedras da diversificação socioeconômica. Talvez o sofista guarde uma carta extraordinário na manga: a Fiat Automóveis transferirá a sua fábrica de Betim para Itabira. Deve ser isso. No final das contas, faço minhas as palavras de Juan Carlo da Espanha: ¿Por qué no te callas? Marco Lage.

Fernando Silva é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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