No réveillon e também na temporada de férias, muitos mineiros vão procurar as praias do Espírito Santo, que é um belo destino. No entanto, o caminho para chegar nas terras capixabas é árduo: a BR-262 tem longos segmentos com asfalto em estado crítico e um traçado que desafia a habilidade e a paciência dos motoristas.
É o que mostra a reportagem do Estado de Minas que traz um guia exclusivo trecho a trecho rumo a alguns dos destinos mais procurados pelos mineiros e de suas condições, a partir dos mapas da Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) de Rodovias 2023.
Na BR-262, no sentido Vitória e com destino a Guarapari, as condições são muito mais precárias, sobretudo em trechos compreendidos entre Rio Casca, em Minas Gerais, e Muniz Freire (ES). Levando em consideração 636 quilômetros percorridos pelos pesquisadores da CNT, entre João Monlevade (depois do trevo da BR-381) e Guarapari, mais de um quarto dessa extensão, ou 163 quilômetros (26%), foram considerados ruins. A maior parte do trecho, com 319 quilômetros (50,1%), entrou no conceito regular. Já no Espírito Santo, na Grande Vitória e em Guarapari, as condições sobretudo da BR-101 se elevam para ótimas em 154 quilômetros.
O estado mais crítico das estradas desse roteiro se refere, segundo a avaliação dos pesquisadores, à geometria do percurso, que avalia traçado, largura das pistas, pontes e passagens. O quesito é considerado péssimo nos 35 quilômetros entre o distrito de Realeza, pertencente a Manhuaçu, após a interseção com a BR-116, até Martins Soares, já na divisa com o Espírito Santo. E as condições mais críticas são novamente encontradas do lado capixaba, nos 56 quilômetros de serras com curvas fechadas e poucos pontos de visibilidade para ultrapassagem de Martins Soares (MG), na divisa, e Muniz Freire (ES). O conceito ruim é aplicado a dois longos trechos: nos 142 quilômetros entre Rio Piracicaba e Manhuaçu (Realeza), em 14 quilômetros dentro de Martins Soares e no Espírito Santo, nos 123 quilômetros entre Muniz Freire e Viana.
Buracos e remendos
Um dos fatores que mais castigam os motoristas e veículos na BR-262 – muitas vezes obrigando que manobras bruscas sejam feitas na tentativa de evitar danos, mas aumentando o risco de acidentes – são as condições precárias do pavimento da estrada. São buracos, asfalto degradado e remendos que ameaçam pneus e suspensão, podendo causar saídas de pista e até capotagens. Já desviar desses obstáculos, dependendo da velocidade e do tráfego, pode acabar em acidentes na pista simples e sinuosa.
Também na região serrana do Espírito Santo, quando a pista cheia de curvas enfrenta ainda altos e baixos, além de risco de formação de neblina, as sequências de buracos e remendos voltam a ameaçar condutores e veículos. São mais 56 quilômetros de pavimento de conceito “ruim” entre Martins Soares, na divisa com o Espírito Santo, e Muniz Freire (ES). A diferença entre o asfalto ruim e o péssimo, para efeito de comparação, é que o pior deles significa a ruína total do pavimento.
A qualidade da sinalização que auxilia o motorista a se orientar, antecipar manobras e ameaças é considerada ruim também nos 56 quilômetros entre Martins Soares e Muniz Freire, bem como em Minas Gerais nos 70 quilômetros entre Rio Casca e Manhuaçu, mais uma vez na chegada ao distrito de Realeza, na altura do cruzamento com a BR-116.
*Com informações do Estado de Minas