A Vale deixou de ter, desde esse domingo, 31 de março, declarações de estabilidade de 17 barragens e diques mantidos por ela em Minas Gerais. Uma das estruturas é o Dique 02, que integra o complexo da barragem do Pontal, em Itabira.
Entre as 17 estruturas que agora não possuem declarações de estabilidade estão sete barragens a montante que já haviam sido desativadas pela Vale, cujos níveis de emergência já tinham sido reavaliados, inclusive com evacuação de moradores nas zonas de autossalvamento (ZAS). São elas: barragem Sul Superior, da mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais; barragens B3/B4, da mina de Mar Azul, em Nova Lima; barragem Vargem Grande, do Complexo de Vargem Grande, em Nova Lima; barragens Forquilha I, Forquilha II, Forquilha III e Grupo, do complexo de Fábrica, em Ouro Preto.
O fim do prazo concedido pela ANM ainda afetou estruturas que ainda não tinham passado por alteração da classificação de risco e que agora passam a ser consideradas de nível 1. Neste caso, segundo a legislação, não há necessidade de evacuação de moradores (o que só acontece a partir do nível 2), mas as barragens e diques precisam ser paralisados.
Além do Dique 02, em Itabira, completam a lista: Dique B e barragem Capitão do Mato, da mina de Capitão do Mato; barragem Maravilhas II, do complexo de Vargem Grande; dique Taquaras, da mina de Mar Azul; barragem Marés II, do complexo de Fábrica; barragem Campo Grande, da mina de Alegria; barragem Doutor, da mina de Timbopeba; Dique Auxiliar da Barragem 5, em Nova Lima, e Barragem VI, da mina do Córrego de Feijão.
Segundo a Vale, foram renovadas as declarações de estabilidade para 80 estruturas de barramento mantidas pela empresa no estado. A mineradora afirma que auditores externos reavaliaram todos os dados disponíveis das estruturas e novas interpretações foram consideradas em suas análises para determinação dos fatores de segurança, com a adoção de novos modelos constitutivos e parâmetros de resistência mais conservadores.
A Vale ainda argumenta que a perda das declarações das estruturas não agrava seu fator de segurança, nem altera a projeção de vendas de minério de ferro e pelotas entre 307 e 332 milhões de toneladas para 2019. “A produção dessas localidades somente será retomada quando a segurança das estruturas estiver assegurada”, finaliza a empresa.