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Vale erra previsão da queda de talude em Barão e angústia da população não tem fim

O prazo apresentado pela Vale para a queda do talude norte, localizado na Mina de Gongo Soco, há 1,5 km da barragem Sul Superior, em Barão de Cocais, não se confirmou. A mineradora previa a queda do paredão até este sábado, dia 25, mas o deslizamento não ocorreu. A imprecisão de informações está deixando os moradores do município ainda mais aflitos e receosos quanto ao que pode acontecer. 

“Nós estamos nas mãos da Vale. Essa empresa não dá certeza de nada, deixa o povo de Barão de Cocais totalmente aflito e anda por aí como se não devesse explicações para todos. Agora esse prazo que deu acabou, mas nosso medo não”, diz o aposentado Raimundo Silva, 70 anos.

Movimentação do talude

A Agência Nacional de Mineração acaba de divulgar nesta manhã de domingo, dia 26, que o deslocamento do talude está em 20 cm, com velocidade de 15 cm/dia. Na noite de ontem, este deslocamento era de 19 cm, pela manhã de sábado, era 18 cm. 

O temor da queda do talude é que ele cause vibrações que provoquem o rompimento da barragem Sul Superior, que já está em  alerta máximo de risco de rompimento: nível 3, dede o dia 22 de março. No entanto, a mineradora diz que não sabe precisar qual será o impacto do desprendimento do talude na represa. A movimentação do talude foi anunciada pela mineradora no dia 14 de maio, com previsão inicial de queda entre os dias 19 e 25. Depois alterou o período para entre os dias 22 e 25.

A Defesa Civil do Estado afirma que a data era uma projeção estimada pela Vale, que não há comprovações técnicas para apontar uma data correta para o deslizamento da estrutura nem tão pouco se a queda do paredão pode causar ou não a ruptura da barragem.

A anunciada queda do talude e a ameaça de rompimento de barragem levaram, inclusive, a uma nova simulação de evacuação de Barão de Cocais no dia 18. Já havia sido feito um treinamento em 25 de março. A população está apavorada, a rotina da cidade está totalmente alterada, bancos fecharam.  

Revolta

Sócio de um escritório de advocacia localizado em área secundária de risco, Rubem Martins questiona a situação. “Até o momento o talude não rompeu. Tínhamos uma previsão certeira do rompimento em um período fechado (entre os dias 19 e 25). É fato que os estudos falharam, aí vem um questionamento: Será que a vale projeta seus investimentos futuros com essa mesma assertividade? Ou será que falta nariz de palhaço para a população cocaiense?”

Rubem ainda chama a atenção para os transtornos causados à população ocasionados pelo alarde. “A única certeza que podemos ter do fato é que passamos esses dias angustiados, tensos e com descontrole de parâmetros pessoais, seja estresse, alteração de pressaão etc. Até quando ficaremos sendo assistidos pelas informações distorcidas geradas por quem não sabe, ou pior, não quer trazer as informações verdadeiras?”, dz.

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