Representantes da Prefeitura de Catas Altas e da mineradora Vale se reuniram nesta terça (3), tendo como pauta a paralisação das atividades na cava de São Luiz. O Executivo interpreta a paralisação como uma retaliação ao decreto em que é revogada a declaração de conformidade que autorizava a Vale a expandir suas operações na cidade. Contudo, a mineradora afirmou que a suspensão neste momento não passa de uma “infeliz coincidência”.
Conforme afirmado pela Prefeitura, os representantes da Vale afirmaram que a paralisação estava prevista para acontecer até abril deste ano, caso o licenciamento ambiental do processo de expansão não fosse concluído. O prefeito, José Alves Parreira (PSDB) questionou então o motivo do comunicado não ter sido feito com antecedência, mas apenas no dia 28 último. A empresa afirmou ter sido uma falha de comunicação e se desculpou pelo ocorrido.
Funcionário transferidos
Foi questionado ainda sobre a possibilidade de demissões dos funcionários que trabalham na mina São Luiz. A empresa informou que eles serão transferidos para minas próximas, até que as atividades sejam retomadas.
Ainda durante o encontro, José Alves reafirmou o posicionamento contrário do município, no que diz respeito à reativação das cavas de Alma e Tamanduá. Assim, foi reiterado que a Vale solicite apenas a expansão da cava São Luiz, junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Os representantes da mineradora afirmaram que levarão as demandas aos superiores, para que a sugestão seja avaliada.
Histórico
A expansão das atividades da Vale em Catas Altas gera polêmica no município desde que passou a ser debatida com a comunidade. O impasse está nos impactos ambientais que seriam provocados, sobretudo no distrito de Morro da Água Quente, que teria curso d’água desviado e abastecimento diminuído para a população.
A Vale planeja aumentar a capacidade produtiva do Complexo de Fazendão, que passaria dos atuais 17 milhões de toneladas anuais de minério de ferro para 25 milhões de toneladas somente nas unidades de Catas Altas. Para isso, pede autorização aos órgãos ambientais para expandir a cava de São Luiz – atualmente em atividade – e reativar as cavas de Almas e Tamanduá, inativas desde 1991. Nesse caso, as duas últimas seriam transformadas em uma única área de expansão, com cerca de 50 hectares.