Depois de uma segunda-feira intensa, com articulações e reuniões, o Valério viu suas tentativas de liberar o estádio Israel Pinheiro, em Itabira, frustradas. A equipe terá que fazer sua estreia como mandante, nesta quarta-feira, 15 de agosto, diante do Montes Claros, em São Gonçalo do Rio Abaixo.
Com a decisão, a partida, que seria às 20h, precisou ter o horário alterado, já que o estádio da cidade vizinha, recém-inaugurado, não tem iluminação artificial. Com isso, Valério e MOC jogarão às 15h.
O estádio Israel Pinheiro foi vetado pelo Corpo de Bombeiros. A corporação questiona os portões antigos do centro esportivo e exige a instalação de novos portões, inclusive com trava anti-pânico. O presidente do Valério, Luiz Antônio de Oliveira “Precata”, diz não ter dinheiro para providenciar a nova estrutura e sugeriu a contratação de seguranças para vigiar as entradas, o que foi rejeitado pelos bombeiros.
Mas o efeito cascata desse infortuno não para na mudança de local e de horário da partida. Tudo indica que a torcida valeriana, mesmo a quase 40 quilômetros de distância, ficará sem ver a estreia do Dragão como mandante. É que, de acordo com a Federação Mineira de Futebol (FMF), o Estádio Municipal de São Gonçalo do Rio Abaixo está com o laudo de segurança vencido desde o dia 7 de julho; o de prevenção e combate a incêndio vencido desde o dia 20 de junho; e o de condições sanitárias e de higiene vencido desde 29 de abril.
Para que a partida não ocorra com portões fechados, seria necessário a administração do estádio aprovar todos estes laudos na entidade máxima do futebol mineiro ainda nesta terça-feira, 14, o que é muito improvável.
Diante deste cenário, o treinador Roberto Gaúcho optou por levar o treinamento desta terça-feira para o estádio são-gonçalense. A equipe deixou o Israel Pinheiro por volta das 8h em direção à cidade vizinha.
Já na semana passada, quando era grande a possibilidade de o estádio em Itabira não ser liberado, Roberto Gaúcho lamentava a situação e dizia que o campo em São Gonçalo do Rio Abaixo seria neutro.
“Eu não acreditei quando o presidente falou. Aqui temos espaço, não ficaria lotado, não haveria qualquer problema. A gente quer jogar ao lado da nossa torcida. Além disso, é mais uma viagem. Tudo bem que é perto, mas é mais um deslocamento. É um campo que a gente não conhece, vai acabar sendo campo neutro. Vamos fazer um treinamento só para conhecer o gramado, senão nós vamos enfrentar o Montes claros sem conhecer o campo, sem saber as dimensões. Isso tira a noção da bola parada, dos escanteios. Tudo atrapalha”, disse o treinador, chateado.