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“Valorizar para que se torne uma atração turística”, diz secretário de Desenvolvimento Econômico sobre a Banda Euterpe

Banda Euterpe

Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

A Banda Euterpe Itabirana celebrou, nesta quarta-feira (22), seus 160 anos de história. Realizado na Casa da Banda, às 19h, o evento contou com uma exposição inédita sobre a história do grupo, que se confunde com a história do município. A escolha da data de celebração se dá em homenagem a Santa Cecília, padroeira dos músicos.

A comemoração contou com a presença de familiares de ex-músicos e presidentes da banda; do prefeito Marco Antônio Lage (PSB); da atual chefe de gabinete e secretária de Esportes, Natália Lacerda; do vereador Júber Madeira (PSDB) e do secretário de Desenvolvimento Econômico, Vinicius Rocha, que destacou a vocação turística da banda.

“Sou secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Informação e Turismo. E aí vocês se perguntam: por que é pela pasta dele? E pessoal, o que vocês tem aqui é uma riqueza que não é somente cultura, é um equipamento cultural de legado de famílias que dedicaram tempo, esforço e suor na banda Euterpe. Então o movimento que fazemos de valorizar a banda pela secretaria é para que se torne, também, uma atração turística. Para que as pessoas de fora venham para Itabira e conheçam o esforço que vocês fizeram, é uma das instituições mais antigas da cidade. Para mim é uma grande honra poder fazer esse turismo cultural na cidade, porque ele resgata o valor e orgulho em ser itabirano”, comentou Vinicius.

Da esquerda à direita: Marco Antônio Lage, Joaquim Olímpio e Vinicius Rocha. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Marco Antônio, por outro lado, relembrou seus tempos de aluno da Banda Euterpe, e os inúmeros aspectos que cercam o centenário projeto musical.

“É uma emoção muito grande estar aqui, porque pude, há 40 anos, participar desse período. E estar aqui hoje como prefeito, celebrando com vocês o aniversário de uma instituição tão importante, rica e fundamental para nossa vida humana, não só cultural. Isso aqui é um centro de cultura e musical, um centro de educação e de formação humana, um centro de convivência e de amizade. Um centro familiar. Isso aqui representa tantas coisas sob vários aspectos”, pontuou o prefeito de Itabira.

Em um breve discurso, o atual presidente da banda, Joaquim Olimpío, enfatizou o cunho familiar do grupo, que conta com ele e outros três irmãos.

“Pertenço à terceira geração da minha família que faz parte dessa banda. Tive meus filhos, meu avô, meu pai e hoje estamos aqui nós, quatro irmãos, que fazemos parte dessa banda maravilhosa”, celebrou Joaquim.

Sobre a banda

Em 1863, Emílio Soares Gouveia Horta Junior reuniu pela primeira vez a Sociedade Musical Euterpe Itabirana, que se tornaria a Banda Euterpe Itabirana. Erudito e influente, professor de português, francês, latim e matemática possuía relações com o imperador Dom. Pedro II, o que lhe deu a oportunidade de se tornar chefe da guarda municipal de Itabira.

No controle da guarda, que tradicionalmente possuía o costume de ter grupos musicais para prestar homenagens às figuras públicas, Emílio Soares deu início às atividades da banda. Desde sua criação, o conjunto trouxe inovações à cultura de Itabira ao se tornar uma das primeiras sociedades musicais a integrar civis em sua formação.

Igualdade racial

Por mais de um século, o grupo foi formado apenas por homens negros, ex-escravizados ou nascidos livres, que sedimentaram a tradição das bandas através da relação com as Irmandades de Nossa Senhora do Rosário, já que nos festejos religiosos já se realizavam apresentações musicais. A banda foi um importante instrumento de ascensão, defesa da humanidade e cidadania de pessoas negras, que conquistaram o direito ao espaço público através da arte.

Com o passar dos anos, a Euterpe Itabirana se tornou cada vez mais a principal atração nos eventos da cidade. Dos velórios a aniversários e festas religiosas, do dia da Independência a comícios eleitorais, o grupo musical ganhou fama pela grandiosidade e talento de seus músicos.

Projeto futuro

O grupo construiu um repertório de hinos, músicas clássicas, sonatas e adaptações de canções da MPB que há 160 anos emociona seus ouvintes. Em breve, será lançado o livro ‘‘Banda Euterpe 160 Anos – Acordes Históricos”, reunindo depoimentos de antigos membros, fotografias e textos especialmente produzidos para celebrar os 160 anos.

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