Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que toma posse no próximo dia 20 de janeiro, causou surpresa numa coletiva de imprensa em Mar-a-Lago, na Flórida, nesta terça-feira (7), ao não descartar o uso da força militar para retomar o controle do Canal do Panamá e da Groenlândia.
Questionado se descartaria o uso da coerção militar ou econômica para ter o controle desses territórios, Trump foi enfático em dizer não, e arrematou: “Não, não posso garantir nada sobre nenhum dos dois, mas posso dizer que precisamos deles para a segurança econômica dos EUA”.
“Vamos considerar sanções econômicas à Dinamarca por conta da Groenlândia, que administra a ilha no Atlântico Norte. Atualmente a ilha abriga uma base militar norte-americana.
Sobre o Canal do Panamá, disse: “O Canal do Panamá é uma vergonha”.
Trump vem, às vésperas da sua posse, demonstrando o desejo de retomar o controle do Canal, ideia prontamente rejeitada pelo governo panamenho,
Sobre a possibilidade de anexar o Canadá ao seu país, Trump afirmou que “usaria da força econômica” para conseguir seu intento. Se conseguir, o Canadá se tornaria o estado de número 51 dos Estados Unidos.
“Você se livra da linha traçada artificialmente e observa como ela fica…e também seria uma segurança financeira muito melhor. Os Estados Unidos gastam demais para defender o Canadá. Vamos deixar de comprar madeira ou carros canadenses, já que “não precisamos” dos produtos deles”.
O Canal do Panamá é um importante ponto de conexão entre nações, que liga os oceanos Pacífico ao Atlântico e sua construção foi feita pelos americanos durante o governo do presidente Theodore Roosevelt e foi mantido e controlado até o governo do presidente Jimmy Carter, que o levou a uma transferência gradual com o governo panamenho, sem a efetivação até 1999.
Os EUA ainda mantêm o direito de se defender contra qualquer ameaça sobre sua neutralidade nos termos do Tratado de Neutralidade, ratificado pelo senado americano em 1978.
Analistas do Center for Strategic and International Studies acreditam que a extensão das relações comerciais da China na região vão exigir uma estratégia significativa do governo americano como reforço de sua presença no Panamá e no entorno do Canal.
Trump afirmou ainda, na coletiva, que vai mudar o nome do “Golfo do México” para “Golfo das Américas”, e que vai aplicar tarifas pesadas ao México e ao Canadá como compensação pelo alto fluxo de drogas que entram em seu país.