Na contramão do que previa a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que estimava um lucro de pelo menos 1.1% a mais que na Black Friday do ano passado, as vendas do evento em 2022 não confirmaram a expectativa.
Em que pese o acontecimento da Copa do Mundo no Qatar, que muitos acreditavam poder estimular as vendas no comércio varejista, na prática não aconteceu.
As previsões iniciais acreditavam num faturamento em torno de R$ 4.21 bilhões para esse ano, o que seria a maior movimentação financeira desde que a data foi incorporada ao varejo em 2010.
No entanto, essa Black Friday teve um recuo de 28% nas vendas on-line, com redução no número de pedidos e no valor gasto por compra efetuada.
Isso é o que diz o Confi Neotrust, empresa de dados com foco no digital, na data principal do evento (sexta-feira-25), o varejo digital vendeu R$ 3.1 bilhões, o que representa R$ 1.2 bilhão a menos que o ano anterior.
As explicações são o risco de um início de 2023 com grau de incerteza política elevado e sem melhora na renda a curto prazo, o que pode ter levado o consumidor a evitar despesas para o ano vindouro.
Outro ponto aventado para o baixo consumo no período, que pode ter influenciado negativamente a data, foi a antecipação do décimo terceiro salário para o primeiro semestre e a antecipação nas vendas por parte de muitos comércios em outubro e novembro. É a primeira vez em 12 anos que houve retração nas vendas, e em todas as regiões do país foram registradas quedas.
Um aspecto positivo foi a modalidade de pagamento pelo Pix, que superou inclusive o uso do boleto pela primeira vez. Resta agora ao comércio de varejo e atacado a expectativa de melhores vendas para o Natal, a principal data para o setor!