A denúncia de importunação sexual que pesa sobre o vereador Reginaldo das Mercês Santos (PTB) tem repercutido nas redes sociais e trouxe a tona um novo caso de assédio contra uma servidora da Câmara Municipal de Itabira. Desta vez, a acusação é de assédio moral cometido pelo vereador Agnaldo Veira Gomes “Enfermeiro” (PRTB). A vítima trabalhava em seu gabinete e relatou o assédio vivido à reportagem de DeFato Online.
Segundo ela, Agnaldo Enfermeiro a vigiava ao ir ao banheiro, não deixava que ela conversasse com outros vereadores e pedia que ela não fosse trabalhar quando ele não estava na Câmara.
“Ele já pegou celular de um vereador pra ver se tinha conversa minha. Falava que eu tinha um caso com a secretaria. Não deixava nós duas executarmos os serviços juntas. Vigiava minha vida no Facebook”, disse a ex-servidora, que pediu exoneração do cargo em dezembro do ano passado após, segundo ela, dez meses de assédio cometido pelo vereador.
A vítima contou ainda que criou coragem para denunciar o assédio moral após a divulgação do caso envolvendo Reginaldo Santos. “Quando a gente vê, por exemplo, o caso da outra secretária que foi também assediada e tomou providências, isso nos dá forças. Hoje em dia muitos julgam, acham que ficamos tanto tempo e aguentamos por gostar, mas não é assim. Não é fácil, destrói o psicológico”, contou a ex-secretária de Agnaldo Enfermeiro, que tem agora o auxílio de uma advogada para levar a denúncia adiante.
E-mail e mensagem através do aplicativo de conversas foram enviados pela reportagem de DeFato Online ao vereador e a seu gabinete. Porém, não houve retorno até a publicação desta matéria.
E o que é assédio moral no trabalho?
É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e sem simetrias, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.