Elaine Mendes, secretária de Obras, Transportes e Trânsito, esteve ontem (28) na Câmara Municipal de Itabira para prestar contas sobre a as ações da Pasta durante os meses de janeiro a julho de 2023. Após apresentar dados e práticas realizados pela gestão no período, os vereadores levantaram questionamentos à secretária. As reclamações giraram em torno, principalmente, sobre o atraso na construção dos prédios da Unifei Campus Itabira e a má qualidade dos materiais utilizados em obras nas zonas rurais de Itabira.
O primeiro questionamento foi feito pelo vereador Neidson Freitas (MDB), que perguntou à secretária em quantos meses estava atrasada a construção dos prédios da Unifei e a quem deveria ser atribuída a culpa do atraso: a mineradora Vale ou o prefeito Marco Antônio Lage (PSB). Elaine Mendes respondeu que há sim um atraso considerável – estimado em mais de um ano -, mas que a secretaria de Obras e a fiscalização da mineradora já se reuniram, apontaram e sanaram dúvidas e inconsistências do projeto. De acordo com a secretária, as obras da Unifei já foram retomadas e a Prefeitura está aguardando um retorno da Vale sobre o realinhamento do aporte financeiro. Na visão de Elaine, sem o reajuste dos valores empenhados por parte da mineradora, a construção ‘‘fica inviável’’.
’‘Estamos esperando o retorno da Vale, mas nem vou atribuir culpa, tivemos inconsistências desde a concepção do processo’’, disse Elaine Mendes, ao mencionar que dentro do contrato, a Vale está como doadora de uma quantia fixa.
Ainda segundo Elaine, o contrato em questão também não estabelece o reequilíbrio financeiro por parte da mineradora. Por fim, a secretária também afirmou que estão sendo realizadas reuniões semanais entre os grupos de fiscalização da Vale e secretaria de Obras: ‘‘Tecnicamente, a gente está tentando sanar junto a Vale todas as inconsistências e seguir com as obras. Isso que estamos fazendo. Hoje a gente está esperando uma análise da Vale.’’
Materiais muito pobres
Durante sua apresentação, Elaine Mendes havia destacado que a secretaria de Obras já realizou melhorias em 957 km de estradas rurais, sendo: 555 km de patrolamento, outras ações em 29 km, cascalhamento em 26,8 km, implantação de sarjetas em pouco mais de 6km, roçadas em 2,5km, subleitos em 2,3 km, roçadas e sarjetas em 1,4km, além da pavimentação de 1,2 km das estradas do município.
No entanto, o vereador Luciano Gonçalves dos Reis ‘‘Sobrinho’’ (MDB) fez grandes reclamações quanto à má qualidade dos materiais empenhados nas obras feitas nas comunidade rurais de Itabira. Luciano destacou que os serviços até têm chegado à zona rural, com o maquinário e técnicas corretas, porém, com um ‘‘material muito pobre’’.
Como exemplo, Luciano apresentou uma foto que ele fez em visita ao Morro do Chapéu, mais precisamente no Morro da Coruja. Lá, segundo o vereador, foi ‘‘jogado terra sobre terra’’. O vereador frisou que devido a suposta má qualidade dos produtos utilizados, as obras não irão aguentar o período chuvoso que está se aproximando. ‘‘Não tem como jogar só cascalho, sei que tem que ter a terra para fazer a mistura, mas está muito pobre o material’’.
Elaine disse que não retornou a comunidade pós obras, mas que a equipe técnica utiliza materiais suficientes em suas ações. ‘‘Pode acontecer que, em dado momento, [o blend] tenha um volume baixo de material. Não posso te responder sem fazer essa análise, mas me comprometo em fazê-la e trazer essa resposta para o senhor’’, disse Elaine Mendes.