Um vídeo assinado pela Vale mostra a Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, com foco na projeção do muro anunciado pela mineradora para conter a lama de rejeitos em caso de rompimento da barragem Sul Superior, durante o processo de descomissionamento.
De acordo com as imagens, a área urbana da cidade estaria a salvo, enquanto as comunidades de Piteiras, Vila do Gongo, Socorro e Tabuleiro seriam completamente tomadas pela lama. Considerados zonas de autossalvamento, os locais foram evacuados desde o dia 8 de fevereiro, quando a sirene tocou pela primeira vez e indicou nível 2 de alerta risco da estrutura.
A Vale, por meio de sua Assessoria de Comunicação, confirmou que a mídia não está em sua versão final, com alguns dados incorretos e que começou a ser divulgado sem a autorização da empresa. A Vale estuda ainda como o vídeo saiu do domínio interno.
Conforme anunciado com exclusividade pela DeFato no dia 11 de abril, o muro está sendo construído à base de concreto compactado, com 35 metros de altura, 5 metros de fundação e 10 metros de espessura, com cerca de 400 metros de extensão. Ao todo, a obra da contenção já gerou 400 empregos diretos na cidade.
Em 22 de março a sirene tocou pela segunda vez em Gongo Soco, elevando a barragem para nível 3, com risco iminente de rompimento. No dia 14 de maio a Vale informou ao Ministério Público sobre a instabilidade de um talude localizado na cava da mina, há 1,5 km da barragem. O receio era de que a queda do paredão pudesse ocasionar um abalo que desencadeasse o rompimento da represa de rejeitos.
Diante da situação, a mineradora adotou diversas medidas com o intuito de minimizar os danos na cidade caso a barragem se rompesse. Foram depositados ao longo do rio São João diversos blocos de granito, telas de barramento e escavações ao longo do leito para formar bolsões que depositassem rejeitos. Essas medidas, no entanto, não evitariam a chegada da lama a Barão, por isso o muro será construído.
Confira o vídeo: