As imagens do professor e empresário Gustavo Brasil sendo agredido, no meio da rua em que mora, na noite dessa sexta-feira (16), chocaram muita gente. Conhecido por ser colecionador e comerciante de carros antigos, ele foi espancado pelo dono e pelos seguranças da casa noturna Planeta Gol, situada no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte.
Quem registrou o flagrante em vídeo foi uma vizinha, que também gritou pedindo por socorro e chamando polícia ao ver o homem caído e seus agressores desferindo socos e pontapés.
Gustavo acompanhava uma equipe de fiscais da prefeitura da capital, chamada por ele, depois de denunciar o excesso de barulho vindo do local da casa noturna, da qual é vizinho. De acordo com o empresário, ele foi ameaçado de morte pelo dono da casa, de nome Eduardo, enquanto se dirigia a uma viatura da Guarda Municipal.
“Eu recebi os fiscais da prefeitura em minha residência, quando eles constataram o barulho, e desci com eles para chegar à casa de shows, quando ele [o dono] veio em minha direção ameaçando que daria um tiro na minha cara e que me mataria. Comecei a gravar e pedi que repetisse a ameaça, quando fui cercado e jogado ao chão, sob chutes, pontapés e socos”, declarou.
Segundo o empresário, ele ficou com escoriações e sangramento nos joelhos, braços e pernas, além do corpo dolorido. No vídeo que circula na internet, é possível ver a vizinha gritando que o celular de Gustavo havia sido tomado. No entanto, o aparelho apareceu quebrado depois a polícia foi chamada.
O colecionador e os seguranças foram levados até a Central de Flagrantes da Polícia Civil, no bairro Floresta, onde foi registrada a queixa. O dono da casa noturna fugiu do local. Os seguranças assinaram um termo circunstancial e foram liberados. Eduardo fez um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), nesse sábado (17).
Nessa sábado (17), Gustavo usou suas redes sociais para divulgar um vídeo explicando o que aconteceu.
Reclamações recorrentes
Um perfil foi criado no Instagram, o Fora Planeta Gol, onde são registradas várias reclamações de vizinhos sobre o espaço. Segundo Gustavo, ele próprio já fez inúmeras reclamações e chegou a conversar com o proprietário.
“Não tenho interesse que a casa seja fechada, mas que funcione obedecendo a lei que restringe volume alto e barulho durante a madrugada, sem perturbar os vizinhos. Estranhamente, no dia 7 de setembro, a casa foi interditada, e dias depois voltou a funcionar com alvará e tudo, sem que nenhuma providência fosse tomada para reduzir o barulho. Os fiscais já mediram o som daqui da minha casa e constataram o excesso”, disse.
A Prefeitura de Belo Horizonte enviou uma nota à reportagem.
“O estabelecimento esteve fechado. Reabriu na semana passada depois de cumprir todas as exigências feitas pela prefeitura, como colocar isolamento acústico, estabelecer limite máximo de volume em fiscalização específica da equipe da prefeitura, foi reaberta na semana passada e está sendo monitorada. Ontem um morador foi agredido depois de reclamar do ruído muito alto. A PM foi ao local e fez o boletim de ocorrência. A PBH multou o proprietário em função da constatação do excesso de ruído. O monitorando segue sendo feito. Em caso de reincidência a casa será fechada e o alvará será suspenso”, divulgou.