O Zoológico de BH recebeu, na última quinta-feira (28), uma fêmea de arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), vinda do Zoológico de São Paulo. A ave foi batizada de “Maria Eugênia” e ficará em quarentena sob os cuidados da equipe veterinária, que realizará exames, e da equipe de biologia, que irá acompanhar aspectos comportamentais e de adaptação. Após esse período, se a arara-azul-de-lear apresentar plenas condições de convivência, será incorporada ao plantel do Zoológico de Belo Horizonte para possível formação de casal para reprodução.
A espécie encontra-se ameaçada de extinção, incluída na categoria “Em Perigo” (Endangered – EN), segundo classificação da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). “Sendo assim, é importante ressaltar que a chegada ao Zoo de BH tem como objetivo prioritário a conservação da espécie que conta com população atual de aproximadamente 2.200 aves em vida livre. Por meio da reprodução sob cuidados humanos, pretende-se manter uma população de segurança para uma futura reintrodução na natureza, quando possível”, comunicou a Prefeitura.
Maria Eugênia chegou ao Zoológico de São Paulo ainda jovem, em 2006, por meio de uma apreensão da Polícia Federal. Com a incorporação ao plantel, o Zoológico de BH passa a contar com 11 aves.
Características da espécie
É uma ave da ordem dos Psittaciformes, da família Psittacidae. Também conhecida como arara e arara-azul-menor, é uma das aves mais raras do mundo, criticamente ameaçada de extinção.
O nome científico, “ave de Lear com bico desdentado”, vem do grego anodön (sem dente, desdentado); e rhunkos (bico); e de leari, learii (homenagem ao artista, escritor e explorador inglês Edward Lear (1812-1888). Essa é uma espécie que, na natureza, é encontrada exclusivamente na caatinga baiana, em uma região conhecida como Raso da Catarina, na Bahia.