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Zoológico de BH: após reabertura, descaso assusta visitantes

Zoológico de BH

Atualmente, a praça de alimentação no Zoológico está desativada. (Foto: Thiago Jacques)

Reaberto recentemente, após quase dois anos fechado em função da pandemia do novo coronavírus, o Zoológico de Belo Horizonte tem sido alvo de diversas críticas. Os visitantes que vão ao local se queixam dos inúmeros sinais de descaso no espaço, como a praça de alimentação desativada, os poucos banheiros disponíveis, o desleixo com o ambiente e o mato alto nos recintos dos animais.

O médico veterinário, Marcos Oliveira, de 34 anos, visitou o zoológico com a família e revelou ter tido impressões ruins. Ele conta que estava empolgado para visitar o espaço depois da reabertura, acreditando que o local estaria em melhores condições por conta do tempo fechado, mas achou o ambiente “ainda mais abandonado”.

“As barraquinhas [de alimentação] eram insuficientes para atender a demanda, o restaurante estava fechado e todo depredado. Os recintos estavam todos puro mato e sujos, com animais visivelmente estressados por causa do ambiente pouco estimulante e pelo tamanho diminuto”, relembra.

O veterinário contou ainda que voltou ao zoológico, acompanhado do irmão e das sobrinhas para fazer piquenique e pouca coisa tinha mudado. “Faltam mesas, banheiros e bebedouros. Meu irmão teve de sair correndo com minha sobrinha nos braços a procura de um banheiro, pois são poucos e muito afastados um dos outros”, contou.

Foto: Internautas

Marcos ainda destacou a forma como é feita a exposição dos animais. Ele notou que, muitas vezes, eles parecem abatidos no local. Outros visitantes reclamaram pelo mesmo motivo, acrescentando que, em alguns momentos da visitação, eles sequer aparecem.

No perfil “BH da Zueira”, no Facebook, dezenas de pessoas teceram comentários e relatos negativos a respeito da sensação de abandono notada no zoológico. Um dos comentários, de uma pessoa que mora próximo ao local, explicita a situação. “O ‘zoo’ parece estar abandonado. Moro próximo a ele, na divisa entre Contagem e BH. A última vez que fui vi um local com recintos vazios, teias de aranha para todo lado e aranha de tudo que é tamanho. Pra ser sincera, vi mais aranha do que os animais nos recintos”.

Em outro comentário, o usuário reforça o descuido com os animais. “O local está péssimo. No aquário tem vazamento de água pra todo lado! As jaulas dos poucos animais também estão repletas de mato. Restaurante e praça de alimentação caindo aos pedaços. Pagamos muito caro para ter um local tão mal cuidado e abandonado como está”, reclama.

Outros comentários do tipo podem ser vistos na publicação, feita no final de março.

O que diz a administração

O portal DeFato entrou em contato com a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, responsável pela administração do zoológico da capital. Sobre os animais, a fundação disse que “todos os cuidados estão voltados para oferecer as melhores condições para que eles desenvolvam comportamentos que sejam os mais naturais possíveis, oferecendo boa alimentação, estruturas, abrigos, barreiras visuais ou enriquecimentos ambientais para que tenham o direito de escolha e vivam bem. Sendo assim, em alguns momentos do dia, os animais podem ficar longe da observação dos visitantes”.

Ao ser questionada à respeito das reclamações sobre a praça de alimentação e o restaurante, a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica reconhece as necessidades de melhorias nos serviços e diz que tem desenvolvido estudos em conjunto com outros setores da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

“Dentre elas, a requalificação e reativação, em médio prazo, do espaço da Praça de Alimentação; e a realização de licitação para uma possível concessão à iniciativa privada. Há, ainda, em andamento ações para a instalação de food trucks no local”, afirmou a administração.

Atualmente, a praça de alimentação no Zoológico está desativada. Foto: Internautas

No que diz respeito à manutenção das ruas e dos ambientes do zoológico, a fundação garantiu que mantém essas questões de limpeza em ordem, de acordo com um cronograma pré-estabelecido.

“A limpeza das áreas de serviço (sanitários) é realizada durante todo o dia, continuamente. Já nas lixeiras e vias de acesso dos recintos, ocorre diariamente, obedecendo às normas sanitárias relacionadas ao protocolo Covid-19. Para recolhimento das folhas e poda, é elaborado um planejamento, de acordo com a sazonalidade climática na qual há grande produção de folhas secas no outono-inverno e vegetação exuberante na primavera-verão, principalmente no período de chuvas. Cabe lembrar que nos recintos há o planejamento de poda e manutenção de maciços de vegetação que sirvam de abrigo e conforto para alguns animais, além da formação de janelas de visualização dos animais pelo público, evitando-se sua exposição total, o que pode interferir no seu bem-estar. Além disso, muitas folhas secas são deixadas no solo, pois é importante para sua recomposição, fornecendo matéria orgânica”, assegurou a administração.

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