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‘A gente vê isso na televisão, mas assistir ao vivo é muito doloroso’ diz moradora do Poção

odete

Foto: Portal DeFato

Depois das fortes chuvas que atingiram a cidade de Santa Maria de Itabira, na madrugada de domingo (21), muitas famílias precisaram sair de suas casas e ficaram desalojadas ou desabrigadas. Uma dessas famílias a da servidora pública, Odete Aparecida Ribeiro. Moradora do bairro Poção, ela conta que o que viveu foi “um terror”.

“Eu moro aqui em Santa Maria há 30 anos e eu nunca vi uma situação dessa. Agente vê isso na televisão, no jornal, mas assistir ao vivo é muito doloroso”, contou a Odete.

Eram cinco horas da manhã quando a filha de Odete ligou para a mãe, aos prantos, informando que a casa de um conhecido havia sido destruída por um barranco. Desesperada, ela foi atrás de um outro filho, que tinha um comércio na cidade.

“A minha filha, chorando, gritou: ‘mãe, o mundo tá arrasando’. Então eu fui atrás do meu filho para saber se o bar dele estava inundando, qual era situação. Foi quando ele falou: ‘mãe, eu não estou preocupado com o bar, olha aquele barranco caindo’. A cena que eu vi depois disso foi um terror! Eu vi uma casa desabando em cima da outra”, detalhou a moradora do bairro Poção.

Muito emocionada, Odete contou que em uma das casas que ela viu desabar, moravam pessoas por quem ela sempre teve muito carinho. Ela também contou uma das vítimas, que era uma criança, havia lhe procurado dois dias antes de toda a tragédia acontecer.

“A menina me procurou e é como se ela estivesse se despedindo de mim. Era um doce de criança e lembrar dela é muito doloroso. Eu nunca imaginei viver algo assim de perto. Um barranco desabando e levando pessoas inocentes”, lamentou a santa-mariense.

Apesar de não ter perdido a casa, Odete mora em uma área de risco e precisou de ser encaminhada para um abrigo. Assustada e triste, ela lamentou não saber como as coisas serão daqui para frente.

“Eu não consegui dormir essa noite. Quem conseguiu? Eu precisei de ajuda médica. Eu construi uma história naquele bairro, mas a gente não sabe se vai poder voltar para casa. E mesmo que a gente possa, eu acho que o medo não deixa. A minha família está toda naquele bairro, mas virou um filme de terrror”, finalizou Odete.

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