Moradores das comunidades evacuadas em Barão de Cocais, atingidos pelo risco de rompimento da barragem Sul Superior, invadiram nesta sexta-feira (18) a área isolada pela Vale e Defesa Civil Municipal e retornaram às suas casas. A ação faz parte do protesto organizado pelos cocaienses contra a mineradora.
Após a informação de que a Vale solicitou na justiça a suspensão do pagamento dos benefícios aos moradores atingidos pelo risco de rompimento de barragem em Barão de Cocais, os evacuados das comunidades de Socorro, Tabuleiro, Piteiras e Vila do Gongo começaram a articular a manifestação.
De acordo com informações dos organizadores da ação, depois de um ano e sete meses desde que foram retirados às pressas de suas casas, parte do grupo já furou o bloqueio e começaram o processo de limpeza para retornaram às propriedades.
“Depois do encontro com a comunidade e uma deputada, a comunidade invadiu a região do Socorro e tomou o que é deles. Só vão sair se a polícia tirar”, explicou Nicolson Resende.
Entenda o caso
A mineradora Vale entrou nesta segunda-feira (14) com um pedido na justiça para suspensão dos benefícios pagos aos moradores atingidos pelo risco de rompimento de barragem em Barão de Cocais.
Dentre os auxílios que a mineradora pediu o cancelamento, estão a manutenção moradia (aluguel, água, energia elétrica, IPTU e TV a cabo), vale gás e cartão refeição. Caso o juiz da cidade concorde com o solicitado pela mineradora, o vale gás e o cartão refeição ficam vigentes até abril de 2021, enquanto a manutenção moradia será paga por mais 12 meses.
Em fevereiro do ano passado, a sirene da barragem Sul Superior soou pela primeira vez no município, retirando cerca de 500 pessoas das comunidades de Vila do Gongo, Piteiras, Socorro e Tabuleiro.
Já no dia 22 de março de 2019, a sirene foi novamente acionada, elevando o nível da estrutura de rejeitos para 3, com risco iminente de rompimento. Desde então a Vale vem realizando ações para minimizar os danos na cidade em um possível caso de colapso.