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Audiência estadual discute impactos à saúde de residentes em regiões mineradoras

Audiência aconteceu na sede da ALMG em Belo Horizonte. Foto: Mariana Ribeiro/DeFato

Na manhã desta quarta-feira (19) a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) discutiu os impactos à saúde de populações atingidas por mineração. A audiência trouxe os casos de reparação em Brumadinho e Mariana com o objetivo de ampliar ações para o restante do estado. 

“Nos últimos anos, temos assistido a um ataque acirrado contra o meio ambiente com participação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), das empresas mineradoras em Mariana, Ouro Preto, Congonhas, Santa Bárbara , Rio Piracicaba, Belo Horizonte, Itabira, Brumadinho, Casa Branca”, levantou o representante do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais Renato Barros.

Na última reunião que pautou o assunto, em 8 de novembro do ano passado, foi pedido um Grupo de Trabalho (GT) com a presença de pessoas atingidas que não foi criado. Hoje (19), o presidente da comissão Arlen Santiago (AVANTE) anunciou um requerimento para a criação do GT. 

Sem a presença de representantes de pessoas atingidas e do Ministério da Saúde, a promotora de Justiça Vanessa Campolina Rebello Horta convidou movimentos sociais e Assistências Técnicas Independentes (ATIs) para fazerem parte do GT junto com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (COSEMS). “Talvez esse convite não tenha chegado. Eu estou sentindo falta aqui dos movimentos sociais, das ATIs”, apontou a promotora. 

Um protocolo de triagem está sendo desenvolvido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) para atender casos de exposição crônica a metais. No momento, ele está em fase de consulta popular e qualquer pessoa atingida por contribuir por meio do site abre.ai/protocoloses.

Impactos

Além das 272 vidas perdidas em Brumadinho e das 19 em Mariana, os impactos causados pelos rompimentos das Barragens da mineradora Vale permanecem nos corpos e nas mentes de sobreviventes. 

O pesquisador em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Sergio William Viana Peixoto, afirma que a fundação constatou a presença de chumbo, manganês e arsênio: “Nós tivemos uma redução muito significativa, sobretudo, no manganês. Mas o Arsênio ainda persiste, o que é um problema para a gente”.

O pesquisador informa que estão sendo feitos exames de sangue e urina para detectar a presença de metais. Voltada para a saúde humana, a pesquisa não inclui análises do ar, do solo e da água, que ficam a cargo das vigilâncias municipais.

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