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Clínica de Fisioterapia do Centro Universitário Funcesi atende pacientes pós-Covid

Funcesi

Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Uma das premissas das instituições de ensino é impactar positivamente nas regiões em que atuam. Quando a demanda parte de um assunto tão sério como a pandemia do coronavírus, o “mandamento” se torna ainda mais fundamental. Pensando nisso, a Clínica Revigorar, implantada em 2007 no Centro Universitário Funcesi, oferece um serviço extremamente relevante: o atendimento aos pacientes com sequelas da Covid-19.

O trabalho é conduzido por 43 estudantes da Fisioterapia, que se dividem em três espaços voltados às areas de Neurologia, Ortopedia e Ginecologia Obstetrícia. Aliando o ensino recebido na faculdade a uma capacitação oferecida em 2020 e a experiência vivida na pandemia, os alunos ajudam itabiranos que apresentam problemas diversos, como traumas, dificuldades respiratórias e síndromes sérias, como a de Guillain-Barré.

Em média, hoje são feitos mais de 800 atendimentos mensais. Pacientes Unimed ou Pasa podem marcar suas consultas presencialmente ou por meio do telefone (31) 3839-3611. Já os da rede pública também podem se deslocar ao Centro de Reabilitação controlado pela Prefeitura de Itabira, que irá os encaminhar à clínica à medida que novas vagas forem abertas.

Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Sobre a clínica

Professora na Funcesi desde 2007 e coordenadora do curso de Fisioterapia, Juliana Cruz detalha o trabalho realizado pelo espaço, que começou muito antes da pandemia.

“Na clínica tem atendimento de Fisioterapia e Enfermagem. Na Fisioterapia, a gente faz a fisioterapia ambulatorial, trabalhando as áreas de neurologia, que a gente chama de neurofuncional, com pacientes que tiveram AVC, derrame, parkinson ou pessoas que já nasceram ou desenvolveram alguma doença neurológica. Temos ainda atendimentos na ortopedia, problemas na coluna, joelho, tudo que permeia essa área. Traumas também, atendemos vítimas de acidentes automobilísticos. Atendemos a área de pneumologia, que são pacientes com doença pulmonar obstrutiva, asma e outros problemas respiratórios. Às vezes a pessoa teve pneumonia, saiu do hospital e ainda precisa de uma reabilitação pulmonar. A cardiologia também, pacientes que precisam de medicação, condicionamento físico. Sem falar de outras áreas como ginecologia, oncologia… então atendemos todas essas áreas aqui na clínica de Fisioterapia”.

Juliana Cruz (primeira à direita) e estudantes de Fisioterapia. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

De acordo com a docente, o atendimento no local chegou a ser suspenso após a chegada do coronavírus ao Brasil. No entanto, as entidades de saúde entenderam que alguns serviços eram indispensáveis, e a clínica não só voltou a funcionar, como também passou a atuar diretamente com os infectados pela Covid-19.

“Na pandemia, a gente parou o atendimento, por um decreto do município, em 16 de março de 2020. Depois disso, por volta de junho ou julho, a própria área da saúde viu que alguns serviços eram essenciais, e autorizou atendimentos em Fisioterapia, até para pacientes com Covid-19. Ou seja, pacientes que não podiam ficar sem reabilitação. Porque uma pessoa que teve um derrame, por exemplo, não pode ficar acamada três ou quatro meses, pois o problema dele vai piorar, a sequela vai ser maior, vai ficar mais dependente. Junto com esses atendimentos, quando retornamos, surgiu a necessidade e a primeira demanda dos pacientes pós-covid. Havia o atendimento com o paciente contaminado, mas a gente não fazia aqui, fazíamos o atendimento do pós-covid, ou seja, aquele paciente que teve Covid-19 e estava com problemas de condicionamento, problema pulmonar etc”, explica.

Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Problemas respiratórios, como secreção, fraqueza e cansaço, costumam ser as sequelas mais comuns desde que é um dos principais desafios do setor da saúde após um arrefecimento da pandemia. Segundo Juliana Cruz, a situação já foi bem pior, mas ainda representa um desafio.

“Atualmente, temos uma situação bem melhor, pois já temos conhecimento, conseguimos criar melhor os protocolos. Mesmo assim, hoje temos casos diversos, falei de um problema, que é o respiratório, mas tivemos pacientes com sequelas neurológicas, como a Síndrome de Guillain-Barré. Uma doença que foi muito prevalente nos pacientes de Covid-19 e é muito incapacitante. O paciente chega a ficar acamado, tem uma parestesia no corpo inteiro, alguns casos dessa síndrome até hoje são tratados aqui. Tem problemas vasculares que surgem após a trombose. Casos que representam um desafio, mas já estamos em um cenário melhor”.

Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Preparo dos alunos

E como se preparar diante de algo tão novo? Segundo a coordenadora do curso, o aprendizado veio do dia a dia e de uma capacitação oferecida pela principal entidade da Fisioterapia. Desta forma, os estudantes aliaram a teoria e a prática.

“A gente aprendeu fazendo, porque era tudo muito novo. Então já sabíamos algumas coisas da área, como o que fazer com o paciente que apresenta muita secreção pulmonar, por exemplo. E a gente teve uma capacitação imediata do nosso Conselho Regional de Fisioterapia de Minas Gerais, eles vieram a Itabira, assim como em Minas inteira, e deram uma capacitação para alunos e professores, além de demais profissionais de saúde da cidade. Então a partir daí eles já tinham um protocolo de atendimento para esses pacientes, tanto os hospitalizados, que a gente também atende fora da clínica, no HNSD, e também pros pacientes aqui da clínica. Os alunos ficaram com uma bagagem toda, porque além de serem capacitados, conseguiram esse know-how”, enfatiza Juliana.

Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Questionada se todo o histórico citado acima ajuda a Funcesi a se tornar referência em saúde na região, Juliana Cruz é enfática. “Modéstia à parte, em Fisioterapia já somos referência. Temos a clínica desde 2007, um serviço bem montado e consolidado, com profissionais muito responsáveis, especializados em cada área. A clínica é grande, cada área a gente atende em um ambulatório diferente. Dentro da Clínica Revigorar são várias clínicas, a clínica de neurofuncional, a de ginecologia obstetrícia, a de ortopedia. Então já é, sim, uma referência”.

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