Após o Governo Federal determinar que a iniciativa privada será proibida de comprar vacinas contra o coronavírus, ao menos 12 empresas tentam junto ao Ministério da Saúde autorização para adquirir 33 milhões de doses do imunizante produzido pela AstraZeneca/Oxford.
Até o momento, as empresas que fazem parte dessa negociação são: Vale, Gerdau, JBS, Oi, Vivo, Ambev, Petrobras, Santander, Itaú, Claro, Whirlpool e ADN Liga. Porém, é possível que outros empreendimentos reforcem o grupo nas negociações.
A ideia é convencer o Ministério da Saúde a editar um ato estabelecendo as condições para que as empresas particulares sejam liberadas a comprar doses da vacina contra a Covid-19. Para isso, os empresários propõem que metade do total de imunizantes adquiridos sejam doados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, o restante seria usado em funcionários e familiares das companhias.
A iniciativa privada tem como objetivo garantir que ao menos parte dos seus colaboradores sejam imunizados contra o coronavírus — garantindo, assim, a manutenção das atividades dessas empresas. As 33 milhões de doses pretendidas serão compradas com a AstraZeneca e, caso seja liberado o negócio, podem chegar ao Brasil ainda em fevereiro.
Vale, Metabase e vacinação
Na semana passada, o Sindicato Metabase de Itabira e Região enviou um ofício à Vale cobrando o fornecimento da vacina contra o coronavírus para funcionários e seus familiares, assim como para as cidades em que a mineradora atua.
No documento, o presidente do Sindicato Metabase, André Viana, defendeu que é possível um acordo entre empresas e o Governo Federal para a liberação da compra dos imunizantes pela iniciativa privada. Ele, inclusive, sugeriu a doação de doses ao poder público como contrapartida para que o Ministério da Saúde dê o aval para aquisição da vacina.
“Nós sabemos dessa nota do Governo Federal [proibindo a compra de vacinas por empresas privadas], mas, com a liberação das vacinas contra a Covid-19 pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], fizemos esse ofício para estimular a discussão no Brasil inteiro. A Vale, em último caso, pode entrar em acordo com o governo e doar as vacinas para os estados em que ela atua — uma parte dessas vacinas pode ir, por exemplo, para os grupos de risco e, outra, para os funcionários dela”, afirmou André Viana.