Uma quarta estrutura de contenção de rejeitos foi elevada ao nível 1 de emergência em Itabira, informou a Vale na manhã desta quinta-feira (23). Trata-se do dique Borrachudo II, localizado na Mina Cauê, que agora junta-se às barragens de Itabiruçu, Pontal e Santana, todas na primeira escala de risco preconizada pela Agência Nacional de Mineração (ANM).
Segundo a mineradora, a decisão de elevar o nível de emergência no Dique Borrachudo II é uma medida preventiva. A empresa afirmou, em nota encaminhada à imprensa, que a ação foi adotada em conformidade com os órgãos de fiscalização externos. O objetivo, de acordo com a Vale, “é prover um melhor entendimento sobre as condições atuais de drenagem da barragem”.
A Defesa Civil de Minas Gerais acrescentou que foi observado elevação de nível de água interno do dique, medido em dois instrumentos, e constatado umidade a jusante da estrutura. O órgão acrescentou que a contenção é monitoramento 24 horas por dia pelo centro de monitoramento geotécnico da Vale.
O dique Borrachudo II é uma estrutura de pequeno porte construída em etapa única e projetada para conter os sedimentos da pilha de estéril Borrachudo Ipoema. Segundo a Defesa Civil, a contenção possui 20 metros de altura e 126 metros de cumprimento de crista, com capacidade de armazenamento atual de 500 mil metros cúbicos de água.
Ainda segundo a Vale, o Dique Borrachudo II possui Declaração de Condição de Estabilidade (DCE), renovada em 31 de março deste ano, que permanece válida. A empresa também reiterou que a elevação da barragem para o nível 1, de acordo com a legislação, não demanda a evacuação da população residente na chamada zona de autossalvamento (ZAS).
Outra informação acrescentada pela mineradora é de que a elevação no nível de emergência do dique na Mina Cauê não impacta na estimativa de produção da empresa em 2020.
Outras estruturas
O complexo de Pontal foi o primeiro em Itabira a subir para o nível 1 de emergência, em abril de 2019. O motivo foi a perda da declaração de estabilidade do Dique 02, uma das estruturas que compõe o arcabouçou de contenção de rejeitos que se estende do bairro Bela Vista ao Praia, fazendo vizinhança com diversas residências.
A outras duas barragens que chegaram ao nível 1 foram as de Itabiruçu e Santana, ambas em outubro do ano passado, por decisão da própria Vale, após recomendação de órgãos de auditoria externa. Itabiruçu, inclusive, passava por obras de alteamento, que foram paralisadas. A estrutura foi a que mais representou prejuízos à mineradora proprietária, pois estava em atividade e deixou de receber os rejeitos da Mina Conceição.
Já a barragem de Santana, que já estava em nível 1 desde o ano passado, perdeu, ao fim de março, a declaração de estabilidade. Segundo a Vale, estudos complementares já foram realizados na estrutura e indicaram a necessidade de se realizar obras de adequação, “já validadas tecnicamente em conjunto com auditores, projetistas e consultores, para que as condições de segurança dessa estrutura sejam elevadas”. As obras estão previstas para o segundo semestre de 2020.