Visitas a hospitais, reuniões in loco e rotinas de fiscalização em 24 municípios. São esses os principais argumentos da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Itabira para reforçar o porquê dos 21 servidores da seção, em princípio, terem sido vacinados contra a Covid-19. Maria Aparecida de Oliveira, diretora da GRS, e Maurício Marques, diretor-adjunto, falaram à imprensa sobre o assunto na segunda-feira (22).
Nomes de profissionais da GRS estão entre os 1.852 servidores estaduais imunizados, em lista encaminhada na semana passada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Do departamento itabirano, profissionais de gestão estão no levantamento, incluindo o diretor-adjunto Maurício Marques. A ALMG apura se a vacinação de cada um deles respeitou a ordem de prioridade definida pelo Ministério da Saúde.
Maria Aparecida leu, um a um, ofícios da SES que respaldam a vacinação de servidores “que tem contato com o público externo e estão expostos à contaminação pelo novo coronavírus”.
“Se observarem todos os setores [da GRS] atendem o público. Aqui na regional não houve fura-fila de vacinação. (…) Não tem sábado, não tem domingo, não tem feriado. Tem um ano que estamos trabalhando direto. Os profissionais estão cansados, estressados, está muito pesado. (…) Aqui vai haver mais 22 funcionários contemplados pela legislação que vão ser, sim, vacinados”, disse, em tom de desabafo.
CPI
Está em curso na ALMG, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos “fura-fila”. A criação da CPI se deu após reunião especial, em 10 de março, quando deputados cobraram explicações do então secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, sobre a vacinação de centenas de servidores administrativos da pasta, que estariam fora das prioridades do Plano Nacional de Imunização. Posteriormente, o governador Romeu Zema (Novo) exonerou Carlos Amaral do cargo, substituído por Fábio Baccheretti. O caso também é investigado pelo MP estadual.
Comarca de Itabira
Denúncia da vacinação de servidores da GRS Itabira foi protocolada no Ministério Público (MP) em 12 de março. O manifestante pediu anonimato. O relato cita colaboradores da limpeza, motoristas e outros funcionários imunizados, sem cumprirem os requisitos exigidos pelo Ministério da Saúde. A manifestação foi encaminhada à promotoria responsável na Comarca em 15 de março.
Na segunda (23), os diretores da GRS foram ao MP prestar esclarecimentos. Segundo eles, a ida ao órgão se deu por iniciativa própria.