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Inter e Flamengo: O melhor jogo do futebol brasileiro em anos

Inter e Flamengo

Foto: Ricardo Duarte

Um fenômeno tem se tornado muito comum nos últimos anos no futebol brasileiro. Quando entramos na semana de um jogão, levamos dias e dias travando debates, esmiuçando as equipes, fazendo projeções, enfim, criando todo o clima que a partida pede. Quando a bola rola, no entanto, o jogo não corresponde às expectativas. Um fenômeno recorrente, especialmente nos clássicos, mas que não ocorreu ontem (25) em Inter e Flamengo.

Líder e vice-líder do Brasileirão entregaram tudo o que prometiam e protagonizaram o melhor jogo do Campeonato Brasileiro. Não só isso: provavelmente, o melhor jogo do futebol nacional em vários anos. Até tivemos alguns 5 a 4, 4 a 3 e outros confrontos movimentados, mas nenhum deles aliou tão bem os níveis técnico e tático quanto o de ontem.

Todas as pragas que assolam o Brasileirão não apareceram no Beira Rio na noite deste domingo. Arbitragem exibicionista e atrapalhada, passes errados, pancadaria…tudo isso foi deixado de lado e pudemos assistir, apenas, FUTEBOL.

O Inter, com sua marcação pressão e uma intensidade que salta aos olhos, sufocou o Flamengo no primeiro tempo. Tanto que os dois gols da equipe de Coudet foram frutos de erros na saída de bola adversária. O Flamengo, mesmo com vários desfalques pesados (Arrascaeta, Gabigol, Bruno Henrique etc), aos poucos foi entrando no jogo.

Pedro, o melhor centroavante do futebol brasileiro, foi quem comandou a reação flamenguista, se aproveitando da partida apagada de Everton Ribeiro. No segundo tempo, o ex-atacante do Fluminense e da Fiorentina recebeu a companhia de Gerson e fez o rubro-negro carioca amassar ainda mais.

O empate, conquistado após um gol de cabeça do pequeno Everton Ribeiro nos acréscimos, acabou sendo o resultado mais justo. Diante das variações ocorridas durante os dois tempos e a forma com que cada um se impôs em certos momentos, ninguém merecia sair de campo derrotado.

A lamentar, na noite de ontem, apenas alguns comentários bem constrangedores durante a transmissão. Diante de um jogo que nos ofereceu tudo o que há de mais moderno no esporte, não dá para ouvir frases como “parece que é proibido quebrar a bola hoje” ou o uso do termo “jogo posicional” de maneira aleatória. Ninguém é obrigado a dominar o “tatiquês”, mas todos nós, que trabalhamos com o esporte, somos obrigados a reconhecer o quanto ele mudou e repensar nossa visão sobre o jogo.

Enquanto ouvirmos análises calcadas no que era o futebol há quinze anos atrás, jogos como Inter e Flamengo continuarão sendo raros.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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