Se não for de alto nível, que o futebol brasileiro seja apenas divertido

Na noite deste domingo, Botafogo e Vasco proporcionaram um dos melhores jogos do Brasileirão

Se não for de alto nível, que o futebol brasileiro seja apenas divertido
Foto: Vasco/Twitter

Há muito tempo, o futebol brasileiro vem recebendo muita porrada de todos os lados. Dentro da mídia esportiva, especialmente, são várias as críticas ao futebol jogado no país, visto por muitos como exageradamente pragmático e insosso.

Eu estou nesta turma. Prestigio nossos campeonatos muito mais por questões profissionais e ligação afetiva do que por alguma razão lógica. Os jogos são arrastados, a arbitragem é ruim, os estádios geralmente estão vazios (em tempos normais) e os craques estão cada vez mais escassos. E, acompanhando o noticiário diário, não há nenhum indicativo de que a situação possa melhorar.

Portanto, entregue a esta aceitação, a única coisa que espero ao ligar a TV no fim de semana é me entreter. Se não podemos ter jogadores de nível técnico incrível, ou treinadores que quebrem as barreiras teóricas do esporte, que possamos oferecer, a partir de outros elementos, um produto que prenda os olhos dos brasileiro.

O Botafogo e Vasco de ontem foi um exemplo. Apesar de todas os erros, falhas técnicas/táticas e do clímax anti-jogo propiciado pela pandemia, os dois times entreteram aqueles que se dispuseram a assistir o espetáculo. Por quê? Por terem buscado a vitória desde o início e não ficarem satisfeitos nem quando estavam à frente do placar. Ambos jogaram futebol, simples assim.

Quando o Vasco fez 3 a 1 com gol de Ygor Catatau, a partida parecia resolvida. Mas o Botafogo, em nenhum momento, se entregou. E o Vasco, por outro lado, nunca deixou de atacar. A soma de todas estas circunstâncias fez com que o clássico carioca chegasse ao seu minuto final com o resultado totalmente indefinido.

Observações táticas, esquemas e duelos estratégicos são importantes e fazem parte do jogo, mas, no fundo, o que todos queremos é nos entretermos. Para o torcedor comum, saber como determinado time vai fazer a saída de bola ou entender como uma equipe neutralizou a outra, é indiferente. Ele só deseja desligar sua TV sem ter a sensação de ter desperdiçado duas horas importantes do seu dia.

Na teoria, o ideal seria termos um futebol que contemplasse todos esses pontos de vista, como ocorre na Europa. Partidas que agradassem leigos e teóricos. Porém, o que estamos vendo é um jogo cada vez mais estudado e cada vez menos jogado. Nesta segunda-feira, 14 de setembro, a única coisa que eu peço a vocês – treinadores, jogadores e dirigentes – é: tornem o futebol divertido novamente. Nada mais.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

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