No último sábado (5), o jovem itabirano Carlos Eduardo Souza Motta Dias, o Cadu, de 22 anos, usou seu perfil no Instagram para divulgar um texto escrito por seu pai, Eduardo Cesar Motta Dias. Nele, a família expõe a luta para garantir ajuda médica e impedir que Cadu tenha a perna esquerda amputada.
Rapidamente, a postagem ganhou força e foi compartilha e visualizada por milhares de pessoas. “Jamais imaginei tão grande e rápida repercussão. Inicialmente, não queria expor a história. Meu pai que insistiu e teve um resultado muito positivo em ajuda médica, política e emocional, inclusive de pessoas que passaram por casos parecidos para dar uma palavra de conforto”, conta Cadu.
Na publicação, o pai Eduardo conta que o rapaz sofreu um acidente, ao cair de uma escada de 12 metros. Cadu teve fraturas nas duas pernas, perfuração de pulmão, fratura de mandíbula e de três costelas. Ele chegou a ficar entubado por dez dias, com 10% de chance de vida.
“Felizmente, deixou o CTI. Porém, com as duas pernas merecendo cuidados. Uma delas, mais prejudicada, demandou três cirurgias. Na última, foi necessário a retirada da placa em função de uma infecção, por uma bactéria (KPC) terrivelmente poderosa”, diz Eduardo Motta no texto publicado no Instagram.
O tratamento dessa bactéria só pode ser feito com o antibiótico Amicacina. O pai de Cadu explica que o medicamento está em falta em Minas Gerais e o hospital onde ele se trata não consegue achar para comprar. “Nesta semana tivemos a notícia que se ele não tomar esta medicação terá a perna esquerda amputada. Não queremos dinheiro, esta mensagem tem o intuito de que apareça uma luz no fim do túnel”, clama o pai do itabirano.
A família está em busca de médicos, infectologistas e cientistas que possam orientar e ajudar com outros possíveis tratamento e medicamentos.
“Não desistiremos do Cadu e não permitiremos a amputação sem nos mobilizarmos. Comunidade médica que possa ler esta mensagem ou que conheça alguém que entenda sobre o exposto, pedimos socorro porquê estamos desesperados”, reforça Eduardo no texto.
Ele ainda explica que depois de pesquisarem, encontram o medicamento para ser comprado na Bolívia. Porém, a família não sabe como proceder no que diz respeito à dosagem correta. “Não queremos nenhuma ajuda financeira, somente que algum ser iluminado nos oriente, pois não sabemos mais o que fazer”, finaliza o pai de Cadu na publicação.
Corrida contra o tempo
Em conversa com a DeFato, Cadu detalhou um pouco mais dessa jornada. “O hospital informou que o medicamento que preciso está em falta em Minas e que não consegue comprar o medicamento no mercado. O médico disse que não resolveríamos essa questão nem ser fôssemos milionários, pois o problema é a falta do medicamento”.
Ele deixa claro que o prazo para início da antibioticoterapia, o tratamento que ele precisa fazer à base do remédio que está em falta, é de quatro semanas contadas a partir da última quarta feira (2). “Essa é uma tentativa, pode ser que ainda seja necessária a amputação do membro”, destaca o jovem itabirano.
Aluno de engenharia de produção na Unifei Itabira e consultor de negócios, Cadu reforça que a união familiar tem feito toda a diferença.
“Desde o início do tratamento meu pai e minha mãe, Marta Gonçalo de Souza, revezam para me acompanhar no hospital. Nunca me deixaram sozinho, tendo que em alguns hospitais solicitar a autorização com o enfermeiro responsável para ficar como acompanhantes. O resto da família sempre demonstra muito carinho e fé, fazendo muitas orações e promessas para que fique em tudo bem”, relata.
Com a grande repercussão da postagem, a família finalmente conseguiu a força de que precisava. Cadu frisa que já conversou com diversos médicos, infectologistas e ortopedistas, depois da publicação de sua história. “Todos deram orientações e se colocaram a disposição. Tem muitas soluções possível e outros tipos de tratamento. Consigo me sentir esperançoso e isso iluminou muito o caminho que tenho a percorrer pela recuperação”, finaliza o itabirano.
Veja, na galeria, fotos de algumas das etapas do tratamento de Cadu.